Capítulo 68
Nesse instante, Iria e Inês seguravam juncos felpudos e, com bocas miúdas sopravam, espalhando pelos aéreos por toda parte, como dente–de–leão.
O olhar de Daniel cruzou os pelos flutuantes e fixou-se nas pequeninas.
Elas sopravam com boquinhas cheias, bochechas infladas, como peixinhos dourados.
Teresa viu um carrão se aproximando e, por instinto, soube que vinha gente de peso. Puxou as meninas para o lado, “Iria, Inês, parem de soprar. Vocês vão sujar o carro da pessoa.”
Iria, que até então brincava despreocupada, agora tinha as bochechas rubras como maçãzinhas, e ostentava duas marias–chiquinhas, irresistíveis a ponto de dar vontade de morder.
“Os pelinhos são fofinhos, eu gosto. Vão deixar o carro ainda mais bonito,” disse Iria, com sua vozinha doce, amolecendo corações.
Daniel olhou para elas com seus olhos escuros. Ele não era de gostar de crianças, mas aquelas duas garotinhas, com jeito angelical, uma com trancinhas adoráveis, a outra com um boné de aba reta, ambas vestindo casacos rosas com orelhinhas de coelho.
Sua aparência doce e fofa despertou uma ternura inesperada no coração dele.
“Você acha fofo, mas os adultos podem não achar. Vamos dar passagem ao carro,” Teresa tentava
ensinar as meninas.
Os olhinhos brilhantes de Iria se voltaram para o homem dentro do carro.
Seus olhos infantis se iluminaram: “Ei, esse moço parece familiar.”
Parecia que ela o tinha visto em algum lugar.
Bruno levou a mão à testa, pensando se agora até crianças usavam cantadas tão elaboradas.
Inês ergueu o boné para melhorar sua visão e também viu Daniel. Seus olhos, uma combinação de cool e fofura, brilharam com luz estelar: “Que gato o moço, tão lindo!”
Daniel se sentiu lisonjeado pelos elogios das pequenas, e seu coração amoleceu ainda mais, com um leve sorriso delineando seus lábios.
Essas eram as pequenas joias de quem, com boquinhas tão doces e aparência tão encantadora?
Teresa, temendo que ele se irritasse, corrigiu rapidamente: “Não é moço, é senhor. Não falem bobagem.”
“Senhor, você é muito gato, quer ser amigo da minha mãe? Minha vó quer que ela encontre um namorado, assim ela não precisa mais ir a encontros arranjados,” Iria disse com seu sorriso doce, falando para Daniel.
Na volta para casa, Teresa falava sem parar sobre arranjar um encontro para Olivia, para que encontrassem um pai para elas.
Iria estava encantada com aquele senhor bonito.
Se ele fosse o pai delas, ela ficaria muito feliz, e a mãe dela também.
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Capítulo 68
“Iria, não fale bobagem, como ele poderia ser o namorado da sua mãe?” Teresa estava aterrorizada e tentou silenciar a inocência infantil de Iria.
Sua filha engravidou fora do casamento e teve quatro filhos. Normalmente, os homens com um ligeiro diploma nem sequer olham para ela, quanto mais para um homem tão inteligente, honrado e
bonito..
Como ele poderia se interessar por Olivia, mãe de quatro?
Após repreender Iria, ela se desculpou com Daniel: “Desculpe, as crianças não têm noção. São inocentes.”
Com uma voz grave e suave, Daniel respondeu: “Não tem problema.”
Ele fechou o vidro, bloqueando a visão das garotinhas.
Bruno ligou o carro e partiram. Ele se surpreendeu, Sr. Griera sendo abordado por duas menininhas, até querendo levá–lo para ser padrasto, e ele nem ficou zangado.
Em um dia normal, seu olhar já teria fulminado alguém.
Teresa observou a Rolls–Royce se afastar, levando Iria e Inês adiante.
Ao chegar na entrada da vila, ouviu os vizinhos comentando.
“O namorado da Vania é mesmo rico e bem–apessoado, um verdadeiro partido.”
“Vania tem mesmo sorte.”
Teresa sentiu um aperto no coração, um desconforto repentino.
Então, aquele homem bonito no carro luxuoso era o namorado da Vania.
Sim, Vania tinha sorte, ao contrário de sua filha, com uma vida tão difícil.
Capitulo 69