Capítulo 654
Daniel saiu do carro e Olivia permaneceu sentada, imóvel.
Ele parou e olhou para ela com olhos sombrios: “Não vai sair?”
“Está quase anoitecendo, quero ir para casa.” Olivia disse, ainda assustada pela intimidação e pressão que Daniel havia exercido sobre ela durante a viagem de carro, que quase the causou um ataque cardíaco.
Se ela entrasse com ele na Villa Serenidade, sabia que não conseguiria dormir naquela noite.
A lembrança das experiências anteriores a apavorava.
Sua garganta mal se tinha recuperado e só agora ela começava a se sentir menos debilitada.
“Não quer ver as crianças?” Daniel perguntou com sua voz grave e profunda, fixando–a com o olhar.
Olivia estava dividida; claro que queria ver os filhos, pensava neles a todo momento, mas uma vez dentro da Villa Serenidade, não teria mais controle sobre a situação.
Franziu a testa, pensou melhor e abriu a porta do carro para descer.
Mesmo que decidisse não ir até a Villa Serenidade, a decisão não seria dela.
Por que hesitar em ver os filhos?
Ao entrar na Villa Serenidade, no salão, os filhos estavam sentados em fila no sofá, com rostinhos tristes, claramente descontentes, enquanto os empregados tentavam de todas as formas animá–los.
Mas eles simplesmente não conseguiam ficar animados.
“Senhorita Souza, a senhora chegou.” Fábio a saudou cordialmente.
Os quatro pequenos viraram–se de uma vez, e ao avistarem Olivia, seus olhinhos brilharam como estrelas no céu noturno, iluminando seus rostos antes amargurados com sorrisos
radiantes.
Vozes infantis e doces começaram a chamar, uma após a outra.
“Mamãe!”
“Mamãe!”
“Mamãe!”
“Mamãe!”
Os pequeninos competiam para sair do sofá e correram em direção a Olivia com as suas perninhas curtas, seus sorrisos resplandecentes como girassóis áo sol.
Vendo a cena, o coração de Olivia se encheu de alegria. Ela se agachou e abriu os braços para
1/2
17:03
Capitulo 654
receber seus pequenos tesouros.
Um a um, eles se atiraram nos seus braços, e Olivia, incapaz de suportar o peso, começou a cair para trás, pensando que iria rolar no chão abraçada aos seus pequenos.
No entanto, um braço forte e firme a segurou pelas costas, estabilizando seu corpo.
Olivia olhou para trás e viu a figura alta e imponente de Daniel. Sem ter tempo para agradecer, ela segurou os rostinhos adoráveis de seus filhos e deu um grande beijo em cada um.
O cheiro doce de leite era avassalador, uma sensação maravilhosa.
“Meus amores, mamãe sentiu tanto a vossa falta.” Olivia disse com os olhos marejados.
“Mamãe, nós também sentimos sua falta.” Heitor disse ao lado dela, com sua doce inocência.
“Mamãe, pedimos ao papai para nos levar até você, mas ele se recusou e disse que estávamos desobedecendo. Mamãe, ele não entende como sentimos sua falta.” Joel reclamou com um biquinho, seus olhos inocentes brilhando com lágrimas.
“É verdade, papai disse que mamãe é a vilã, mas ele é que é o vilão. Papai é mau, não nos deixou ver você.” Iria acusou, fazendo bico.
Inês lançou um olhar tímido para Daniel, que, como uma grande árvore, estava parado atrás de Olivia, e baixou a cabeça sem dizer nada.
Olivia forçou um sorriso em seus lábios, sentindo um calafrio interno; parecia que apenas as suas quatro pequenas crianças tinham a audácia de falar mal de Daniel na sua cara.