Capítulo 61
“É, a gente ama a mãe sim.” Os outros baixinhos concordaram em coro.
Teresa Rocha sorría de orelha a orelha e lembrou: “E a vovó também.”
“Amamos a vovó também.” Os pequeninos repetiram juntos, com suas vozes infantis e doces, derretendo o coração de quem ouvia.
Teresa sorria mais linda que flor, erguendo a cabeça sem mais sentir vergonha ou medo de encarar o mundo.
Naquele momento, ela até se sentia orgulhosa.
Quem poderia ser mais feliz que ela, amada por quatro netinhos dourados?
Ao ouvir os filhos, Olivia Souza sentia um calor gostoso no peito.
Seus quatro filhos eram o maior tesouro da sua vida.
Eram seu orgulho.
Algo que dinheiro nenhum poderia comprar.
Ela disse para Vania Souza: “Você pode até nadar na grana, mas se é só pra você curtir, fica na sua e não esfrega na cara dos outros. Só porque você tá bem, os outros também vão estar?”
Depois de falar, ela olhou para a senhora ao lado de Vania.
A mulher, que pouco antes achava que Olivia devia se esconder num buraco, agora sentia que era ela quem devia procurar um
Olivia tinha razão, bajular Ugar pra se enterrar depois daquele olhar.
rico não enche o bolso de ninguém.
E os ricos não vão dividir o dinheiro só porque receberam elogios.
Vania, ao ouvir as palavras de Olivia, observava a família dela se afastando, com a maquiagem quase desmanchando de raiva.
Maldita Olivia, vivendo tão feliz e à vontade mesmo na pobreza!
Como ela tinha tanta sorte!
Trancada naquela casa velha e ainda assim, Daniel Griera caiu do céu, te deixou grávida de quatro filhos dele!
Depois de tanto esforço pra deixá–la na miséria!
E ainda assim, Olivia parecia uma barata que não morre, sempre alegre e confiante!
Vania odiavaela bastante.
Em beleza, não perdia pra Olivia, em habilidade, era muito mais capaz. Depois de tanto jogo de cintura e esquemas, ela finalmente vivia uma boa vida. Por que diabos ela não podia ser mais feliz que Olivia?
Porque ela não tinha visto Olivia no fundo do poço, implorando por ajuda!
Sim, era isso que faltava para a sua felicidade!
Capitulo 61
Ela quería ver Olivia num dia desses sem chão, chorando por um empréstimo. Só então ela estaria feliz de verdade!
Olivia voltou para casa com os filhos.
Aquele era o lugar onde ela cresceu, uma velha casa de tijolos, simples e desgastada, mas limpa e em ordem.
Onde antes havia uma casa em ruínas e um chiqueiro, agora havia um limpo quintal com hortaliças. Atrás da casa de Olivia ficava a casa de Vania.
Antes, a casa de Vania era como a dela, simples e gasta, mas desde que Vania ficou rica, ela derrubou sua velha casa e construiu um luxuoso edifício.
A grande construção bloqueava o sol da casa de Olivia, deixando ela na sombra exceto no verão.
A humilde residência parecia ainda mais fria e sombria.
“Tia, o que aconteceu, você tá doente?” Olivia entrou em casa e viu sua tia Mirella Rocha deitada na cama, sua preocupação disparou e ela correu para o lado dela.
Com Olivia e sua família tentando a vida na Capital, só restava a tia em casa.
Ela sempre foi forte e saudável, mas agora parecia abatida.
Mirella tinha apenas quarenta e poucos anos, dois anos a menos que Teresa.
Mas, parecia muito mais velha, com metade dos cabelos brancos e o rosto marcado pelo tempo.
Ela envelheceu tão rápido por causa de anos de muita tristeza.
Depois da morte da filha afogada e do marido que se foi de saudade, Mirella vivia em dor
constante.
Desde então, a tristeza nunca deixou ela.