Capítulo 593
Ela ainda estava confusa, perguntando quem seria tão educado assim, a ponto de bater na porta mesmo estando aberta.
Foi então que uma empregada entrou carregando uma bandeja, na qual havia comida.
Ela se aproximou e colocou sobre a cabeceira uma tigela de canja e duas pilulas brancas.
“Senhorita Souza, por favor, desfrute da sua refeição. Estarei à porta se precisar de algo“, disse a empregada com respeito e educação, antes de sair do quarto.
Olivia lançou um breve olhar sobre a comida, mas seus olhos se fixaram nas pilulas brancas. Ela as observou por um momento e sorriu levemente.
Aquele sorriso trazia consigo resignação, amargura e vergonha.
Sem hesitar, ela pegou as pílulas e as engoliu com a água.
Já tinha passado por aquilo por muitas vezes.
Ela sabia exatamente o que aquelas pílulas eram.
Eram anticoncepcionais!
Antes ela tomava apenas uma, mas agora lhe deram duas.
Daniel sabia que ele mesmo era desregrado, temendo que ela engravidasse, achava que uma pílula não era segura o suficiente, então lhe deu duas para evitar uma gravidez.
Que homem insensível e frio.
Depois de tomar os anticoncecionais, ela não comeu, se recostou na cama e fechou os olhos.
Para o medicamento–ser mais eficaz, era melhor não comer nos trinta minutos seguintes à ingestão, e Daniel tinha pensado muito para evitar que ela engravidasse.
Ela não poderia o dececionar.
Além do mais, não engravidar era uma forma de proteção para ela mesma.
Antes, não conhecer o pai das crianças era uma coisa, as crianças nasciam e pronto.
Mas a situação já era diferente; provavelmente, se ela engravidasse, seria forçada a terminar a gestação.
Olivia simplesmente fechou os olhos, sem se dar conta de que logo adormeceu.
Depois das dez da noite, Daniel finalmente conseguiu fazer as crianças dormirem.
Cuidar de crianças é uma arte, não se trata apenas de inteligência, mas também de paciência e companheirismo.
Ele não entendia isso antes, mas depois de alguns dias, percebeu que era mais difícil que o
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Capítulo 593
trabalho dele
Ele voltou para a suíte principal, onde a luz ainda estava acesa. Assim que entrou, viu Olivia encostada na cabeceira da cama, com a cabeça inclinada, corpo mole, sem força.
Vendo essa cena, o rosto de Daniel se contraiu instantaneamente, os olhos escuros se endureceram e ele se apressou até ela, estendendo a mão para verificar a respiração de Olivia.
Ela estava respirando.
Ele notou a comida intocada.
Mas as pílulas anticoncepcionais tinham sido tomadas.
Daniel estreitou os olhos e falou baixinho: “Entre!”
A empregada entrou respeitosamente.
Daniel disse para ela: “Leve isso daqui.”
A empregada se curvou, recolocou a comida na bandeja e saiu com ela.
Um objeto caiu do criado–mudo.
Daniel olhou para baixo, era o cartão bancário.
Ela nem sequer o tinha guardado!
Daniel olhou para Olivia.
Ele se aproximou, abraçou ela lentamente e ajeitou seu corpo na cama, para que ficasse deitada confortavelmente.
Olivia, perturbada em seu sono, se mexeu desconfortavelmente e virou de lado, seus lábios tocando a mão de Daniel.
Ela parecia sonhar com algo delicioso, e murmurou com os lábios.
Os lábios macios roçaram a mão de Daniel.
Sua garganta se apertou.