Capítulo 47
“Não se pode julgar um livro pela capa“, lembrou Olivia.
Ela contou a Jimena sobre o dia em que estava trabalhando na balada e viu Carlos rodeado de mulheres, se divertindo enquanto elas o alimentavam com frutas.
Não era a intenção jogar um balde de água fria em Jimena, mas antes dela começar a se apaixonar, precisava contar sobre o ambiente em que aquele homem estava inserido e algumas das
confusões em que ele já tinha se metido.
Assim, Jimena não ficaria muito decepcionada no futuro.
Como a melhor amiga de Jimena, Olivia achava que não podia simplesmente assistir Jimena sendo enganada sem avisá–la sobre o mau comportamento desse homem.
Quando Jimena finalmente se apaixonasse, e descobrisse as atitudes dele, seria tarde demais.
Ao ouvir a descrição de Olivia, o coração ardente de Jimena esfriou pela metade, e o fervor que antes borbulhava como água quente, acalmou–se.
Ela fez beicinho e disse: “Ele é mesmo um garanhão, né?”
“Por que eu te enganaria? Você não ouviu quando ele me cumprimentou com aquele apelido de ‘garota da balada‘?“, Olivia se aproximou e segurou o braço dela com seriedade.
O rosto de Jimena inchou como a barriga de um sapo, e ela ficou chateada: “Realmente, as aparências enganam.”
Ele era tão bonito, mas ela não esperava que fosse um playboy.
Era uma pena que a paixão que começava a florescer em seu coração fosse apagada antes mesmo de esquentar.
“Tá bom, deixa pra lá, vamos embora“, disse Olivia, entrelaçando o braço com o dela e chamando um táxi na beira da calçada. Elas entraram no carro.
Enquanto isso, Carlos tinha adicionado Jimena como amiga e foi logo conferir o perfil dela, só encontrando selfies de mulheres.
A mulher era bem narcisista, tinha que postar um selfie todos os dias.
Com o rosto redondo, olhos grandes e brilhantes, e uma boca pequena como uma cereja, ela até que era bonitinha.
Lembrando da forma como ela havia babado olhando para ele, Carlos, que tinha segurado o riso até então, finalmente deixou–o explodir, dobrando–se de tanto rir: “Pfft, hahaha…”
Quando o elevador chegou ao último andar e as portas se abriram, Carlos ainda estava rindo.
Bruno, que esperava o elevador, pensou ter encontrado um louco, mas ao olhar direito, viu que era Carlos, amigo de Daniel.
Curioso, perguntou: “Sr. Marques, o que tanto te diverte? Dá pra compartilhar e me fazer dar umas risadas também?”
Carlos, ainda rindo, saiu do elevador e deu um tapinha no ombro de Bruno, limpando as lágrimas de
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Capitulo 47
riso dos olhos: “Lá embaixo, encontrei uma mulher doida por mim, babando ao me ver e até passando a língua nos lábios. Se você tivesse visto, morreria de rir…”
Carlos sentiu uma dor de tanto rir.
Ele, que estava acostumado a ser o centro das atenções entre as mulheres há anos, nunca tinha visto alguém tão descaradamente babando por ele como ela.
Com aquele jeitinho redondo e fofo, ela parecia mesmo um gatinho procurando companhia, tanto fofa quanto engraçada.
“Isto mostra que o Sr. Marques é irresistível, capaz de encantar várias com seu charme“, elogiou Bruno, sempre bom de papo.
Carlos, lisonjeado, sentiu–se nas nuvens. Não à toa era o braço direito de Daniel, sempre sabendo o que dizer para agradar e orgulhar alguém.
“Claro, com essa minha beleza, ‘arrasar corações é o mínimo que posso dizer“, gabou–se Carlos, com os olhos brilhando de satisfação.
Ele era mesmo muito bonito, até os homens que o viam não podiam deixar de admirá–lo.
Porém, perto de Daniel, ainda faltava um pouco.
Carlos tinha uma beleza sedutora, quase etérea, com um charme que misturava traços femininos e
masculinos.
Já Daniel, exalava uma virilidade inegável, com uma aparência incomparavelmente bela, com olhos profundos, nariz bem definido, lábios finos e sensuais. Sua presença era imponente e carregada de uma aura masculina e intimidadora.
Capítulo 48