Capítulo 452
Olivia observava a silhueta da mãe se afastando pela porta, com os cílios pendendo em
tristeza.
Naquele momento, nada do que dissesse faria diferença, a menos que um dia conseguisse se libertar das amarras de Daniel levar os quatro filhos e sua mãe embora, e viver uma vida
tranquila como antes.
Ela acreditava que esse dia chegaria, contanto que conseguisse superar as dificuldades atuais, haveria uma maneira de sair ilesa. Caminhando até a porta, Olivia se agachou para trocar de sapatos, preparando–se para sair. Foi então que se lembrou de que havia esquecido as chaves na gaveta. Abrindo–a, encontrou as chaves e seu olhar foi atraido pela pulseira de esmeralda que repousava lá dentro.
A pulseira fora um presente de Sergio Griera na noite anterior.
Ele até sugeriu que fugissem juntos…
Contemplando a joia, uma onda de tristeza inundou seu coração.
Era como a maré que se ergue, ameaçando submergi–la por completo.
Nos tempos de juventude, na universidade.
Ela e Sergio passeavam à beira do rio, sob as árvores.
A brisa fresca mesclada com a umidade do rio acariciava seus rostos, aquecendo aqueles
momentos.
De repente, Sergio depositou um beijo em sua bochecha.
O rosto de Olivia corou instantaneamente e, virando–se para ele, disse envergonhada: “Por que você me beijou? Não tinha combinado que seria só na noite de núpcias? Você trapaceou!”
Sergio riu com o brilho do sol, travesso como um menino: “É, eu trapaceei. Se quiser, pode me beijar de volta.”
“Ah, você acha que eu não tenho coragem?” Olivia fingiu estar irritada.
Com um sorriso malicioso, Sergio provocou: “Então vem.”
“Vou sim!” Ela avançou.
Mas Sergio virou–se e saiu correndo: “Se me alcançar, pode me beijar.”
“Não fuja!” Olivia começou a persegui–lo.
Correndo e brincando, eles não notaram a grama fresca sob seus pés, nem o aviso ao lado: “Cuidado com as plantas, por favor.”
Quando Olivia estava prestes a alcançar Sergio, um professor os chamou de longe: “Ei, vocês dois, o que estão fazendo? Vocês estão prestes a pisar nas plantinhas que acabamos de
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Capitulo 452
plantar!” O professor correu em sua direção,
“Corre, correl” Sergio pegou a mão de Olivia e rapidamente se esquivaram para uma pequena floresta ao lado.
Os dois se agacharam atrás de uma árvore, ocultados pelos ramos densos, e observaram o professor passar apressadamente ao lado deles, seguindo para outro lugar..
“Ula, ele foi embora.” Olivia suspirou aliviada.
Olhando um para o outro, os ramos balançavam e roçavam seus rostos, projetando sombras em suas faces.
Os olhos de Sergio brilhavam como o sol, e os de Olivia eram claros e vivos.
Os sentimentos juvenis fluiam entre seus olhares.
Sergio inclinou–se lentamente em direção aos lábios dela.
Quando estavam prestes a se encontrar, Olivia de repente virou a cabeça, e seus lábios. roçaram no rosto dele, sorrindo brincalhona: “Eu beijei de volta, haha!” Ela se levantou e saiu correndo.
Sergio, com olhar profundo, tocou a bochecha e sorriu, chamando–a: “Olivia, você é tão infantil.”
“Sou infantil mesmo, se não gosta, procure outra pessoa.” O sorriso de Olivia brilhava sob o sol
No fundo dos olhos de Sergio, só havia ela: “Não, eu gosto justamente da sua infantilidade.”
De repente, as lembranças mudaram bruscamente para uma noite de chuva torrencial e trovões estrondosos.
Tudo havia mudado.
Olivia ficou surpresa e recuperou o foco para o presente. Pegou a pulseira de esmeralda e a colocou delicadamente no pulso.
O toque frio e suave da joia refrescava sua pele.
Era um lembrete de que até os sentimentos mais quentes podem esfriar.
Algumas pessoas, uma vez perdidas, são para sempre.
A vida raramente é perfeita.
A maioria das histórias carrega suas próprias imperfeições.