Capítulo 443
Daniel falou, dando aos repórteres coragem, pois nenhum deles se atreveria a não o ouvir. Um a um, os repórteres foram saindo.
A algazarra que havia dentro do cômodo logo deu lugar a um silêncio reconfortante.
Cheia de curiosidade, Jimena se perguntava o que Daniel ainda fazia ali, agora que os jornalistas haviam partido e o prêmio estava em suas mãos.
Enquanto ela se perdia em seus questionamentos, notou o olhar penetrante de Daniel, que fixava um ponto específico do quarto com um olhar profundo e misterioso.
Uma onda de pânico a invadiu. Será que Daniel havia descoberto alguma coisa?
Com um nervosismo evidente, ela falou: “Sr. Griera, Sr. Marques, vocês devem estar com sede, não? Vou preparar um chá para vocês.”
Que os santos ajudem, tomem o chá e se vão embora.
Continuar aqui está me deixando nervosa a ponto de ter um ataque cardíaco.
Jimena se dirigiu à cozinha e, para seu desespero, não encontrava os copos. Revirou armários e gavetas em busca deles.
Sua ansiedade e pressa fizeram com que pratos e talheres se chocassem em um barulho ensurdecedor, chamando a atenção dos dois homens na sala.
“O que você está procurando?” A voz irreverente de Carlos soou à entrada da cozinha.
Jimena deu um pulo, virou–se rapidamente para vê–lo inclinado no batente da porta, mãos cruzadas, olhando para ela com calma. Ela disse: “Estou procurando os copos para beber água.”
Com um ar de desafio, Carlos ergueu uma sobrancelha e inquiriu: “Não sabe nem onde guarda os copos? Tem certeza de que esta casa é sua?”
Essa pergunta fez o coração de Jimena disparar. Ela negou prontamente: “Claro que é minha casa! É que… é que…”
Seu olhar vacilava enquanto ela tentava achar uma desculpa plausível.
“É
porque vocês são convidados, não é adequado usar nossas xícaras diárias. Vou pegar algumas descartáveis para vocês.” Com esforço, ela encontrou uma justificativa aceitável.
“Ah, é? Nem sabe se tem copos descartáveis ou onde os guardou?” Carlos a encarava com um olhar perscrutador.
A pressão era enorme. Era exaustivo lidar com pessoas tão astutas.
Com a cabeça fervilhando de pensamentos e o suor frio na testa, Jimena tentava manter a calma e disse: “Essas coisas geralmente quem compra é minha mãe, e é ela quem guarda. Eu
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quase não me meto nas tarefas de casa, por isso não sei onde estão.”
Carlos soltou uma risada leve e disse: “Olha só como está nervosa. Quem não sabe poderia pensar que você está com a consciência pesada. Não se preocupe, não estamos com sede.”
Ele virou as costas e saiu da cozinha. Daniel estava sentado no sofá, mexendo no celular, conferindo um mapa de localização.
Ao ver o ponto no mapa tão perto de si, a expressão em seus olhos se aprofundou.
Carlos se aproximou e perguntou: “Sr. Daniel, não está na hora de irmos?”
Daniel se levantou e caminhou em direção ao quarto.
Carlos ficou confuso com a atitude de Daniel.
Quando Jimena saiu da cozinha, viu Daniel se dirigindo ao quarto e sentiu o coração acelerar. Correu para tentar impedi–lo, mas sem a coragem para realmente bloquear seu caminho.
Ela gaguejou: “Sr. Griera, já está tarde, vocês ainda não jantaram. Sr. Griera, este é o meu quarto, você quer entrar para dar uma olhada?”
Daniel parou e lançou um olhar incisivo para ela: “Há algo que não quer que eu veja?” Jimena hesitou e logo gesticulou negativamente: “Não, não tem nada…”
“Então tá bom.” Daniel disse e, com passos largos, entrou no quarto.
Jimena foi atrás dele imediatamente.
Daniel não olhou para mais nada, apenas entrou e fixou seu olhar enigmático no armário.
Olivia, escondida lá dentro, sentia, mesmo através das portas do armário, um olhar gélido e cortante perfurando sua alma, fazendo–a tremer.
Daniel esticou a mão em direção ao armário.
O coração de Jimena disparou e ela arregalou os olhos.
