Capítulo 374
A porta da casinha estava aberta.
Daniel entrou e se arrepiou com a cena que se desenrolou à sua frente, como se tivesse sido coberto por uma geada.
O chão estava uma bagunça, coberto de cacos de porcelana e algumas peças de jade, todas quebradas.
Quadros antigos haviam sido rasgados e estavam espalhados sem ordem alguma pelo chão.
Fábio, que estava acompanhando Daniel, levou um susto enorme e chegou a tremer.
Olivia estava imóvel no meio da sala, observando com interesse uma porcelana da era Tang que segurava em suas mãos. Ela analisou por dois segundos e, logo após, levou–a à boca e tentou mordê–la. Ao descobrir que não era possível comê–la, reclamou murmurando e, imediatamente, jogou a peça para trás.
O coração de Fábio quase saiu pela boca quando ele se atirou para tentar agarrar a porcelana, mas não teve êxito e a peça se despedaçou no chão.
Até o coração de Fábio parecia ter se partido em pedaços junto com ela.
Olivia, indiferente ao que tinha acontecido, colocou as mãos delicadamente à frente e começou a caminhar em direção a outro quadro antigo, pronto para ser destruído.
Fábio, com o coração palpitando de susto, olhou na direção de Daniel esperando sua atitude.
Daniel estava gelado como o inverno, seu rosto tenebroso como o céu de uma escura tempestade de inverno, seus olhos negros viravam como um vendaval iminente.
Ele deu um passo à frente e segurou a mão de Olivia, puxando–a para longe da pintura que ela tentava alcançar.
Ela caiu delicadamente em seus braços, sem notar o perigo que se aproximava.
Ela estava vestindo a camisa dele, e as mangas eram tão longas que cobriam suas mãos. Passando a manga no rosto de Daniel, olhava para ele com um sorriso encantador e sonhador, e com uma voz meiga e gentil disse: “Senhorita, você veio para me abraçar, me dar carinho?”
Enquanto Daniel a segurava em seus braços, a frieza em seus olhos foi se intensificando cada vez mais, e com o olhar fixo na garota cujos olhos brilhavam como diamantes, totalmente confusa.
Olivia não estava nem um pouco tranquila; após provocar Daniel com sua manga, ainda não satisfeita, ela arregaçou suas mangas, acreditando ser um coelho, com patinhas adoráveis.
Ela arranhou o rosto de Daniel e, na ponta dos pés, começou a esfregar seu rosto no dele, como um coelho pedindo carinho, esfregando seu pelo quente e macio no rosto dele,
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murmurando: “Ah, senhorita, você é tão linda, eu também quero te acarinhar, vem aqui, me deixa tocar em você, você é tão linda…”
Enquanto esfregava seu rosto no dele, ela gentilmente arranhava o rosto elástico de Daniel com suas “patinhas“.
Daniel se manteve sério, mesmo quando ela o ficava provocando com seu toque macio e gentil.
Era como se as patas de um gato estivessem arranhando seu coração, fazendo com que sua garganta ficasse apertada, mas seu corpo estava ainda mais frio e tenso.
Fábio, ao observar essa cena, sentiu um frio descer por sua espinha. Daniel estava furioso, e Olivia não parava de provocá–lo com seus gestos.
Dizer palavras como linda e bonita para um homem tão viril como Daniel era uma provocação. Fábio estava realmente angustiado com Olivia.
Daniel, com raiva, segurou com força a mão dela que se movimentava sem controle e falou com uma voz baixa e nervosa: “Olivia, observe bem quem sou eu!”
“Senhorita, você é tão zangada, o pequeno coelho está ficando com medo“, disse Olivia, chacoalhando os quadris de uma maneira manhosa.
O olhar sério de Daniel foi ficando cada vez pior e ele virando–se para Fábio: “Tem certeza de que ela não comeu nada?”
Fábio, extremamente aflito, respondeu vacilando: “Não comeu…”
Repentinamente, algo passou por sua cabeça, e ele disse em pânico: “Tem um cogumelo que cresceu em uma árvore no quintal, a Srta. Souza pode ter comido por estar faminta, e agora pode estar tendo alucinações por causa do veneno…”
Daniel, ainda mais sério e, sem dizer uma palavra, pegou Olivia no colo e saiu ligeiramente da
casinha.
Fábio observou os artefatos históricos espalhados e danificados pelo chão – quebrados, rachados, rasgados – e sentiu sua alma estremecer.
Todas aquelas peças valiosas tinham sido destruídas.
Daniel levou Olivia de volta ao quarto principal e ligou rapidamente para o Dr. Morales.
Enquanto ficavam esperando a chegada do Dr. Morales, Olivia não se aquietava, agarrando–se ao braço de Daniel, esfregando o rosto contra ele e chamando–o de “Senhorita“, pedindo carinho de uma maneira manhosa.
Ela o agarrava como uma menina travessa.
Embora imaginasse ser um coelhinho, Daniel estava bem consciente da realidade. Além disso, o perfume que exalava dela, o toque suave de sua pele, eram sensações gravadas no sangue
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de Daniel, fazendo com que ele sentisse uma inquietação em seu corpo.