Capítulo 166
Na segunda–feira, Olivia voltou ao trabalho no Grupo Griera. O gerente do setor de limpeza pediu que ela desse uma força no saguão, ajudando a nova contratada.
Depois que Liliana saiu, contrataram outra faxineira chamada Helena, uma jovem de vinte e cinco anos, dois anos mais nova que Olivia. Atraída pelo salário atraente do Grupo Griera e sem possibilidade de ingressar em outros departamentos, escolheu a limpeza.
Nesse setor, bastava ser esforçada e dedicada para conseguir uma vaga, sem grandes exigências educacionais. Trabalhar no Grupo Griera, mesmo na limpeza, significava ganhar muito mais do que em outros lugares.
Era um emprego que atraía não apenas mulheres mais velhas em busca de oportunidades, mas também muitos jovens.
Depois de Liliana, com trinta anos, e Olivia, com vinte e sete, chegava Helena, aos vinte e cinco. Muitos acreditavam que ser faxineira era coisa de mulheres mais velhas, geralmente donas de casa.
Mas o Grupo Griera tinha seu atrativo, atraindo jovens para a função de faxineiras. Olivia orientou Helena sobre por onde começar a limpeza
no hall.
Enquanto estava prestes a pegar o elevador…
Houve um alvoroço na entrada, como se o ambiente tivesse sido invadido por uma presença marcante. A recepcionista avisou: “0 Sr. Griera chegou, vamos para o canto.”
Olivia virou–se rapidamente e avistou Daniel, imponente em seu terno preto feito à mão, com passos elegantes e uma beleza cativante.
Mesmo sem demonstrar raiva, ele tinha uma presença imponente.
Atrás dele, vinham guarda–costas e Bruno. Helena e a recepcionista já estavam respeitosamente de lado. Olivia endureceu a espinha e juntou–se a elas, erguendo a cabeça em sinal de respeito ao Sr. Griera.
Enquanto ele passava, seus olhos profundos e escuros se fixaram nelas por um momento antes de desviarem, concentrando–se à frente, e ele adentrou o elevador.
Mesmo que por um instante breve, Olivia sentiu seu coração falhar sob aquele olhar intenso e sombrio. Somente quando Daniel e seus acompanhantes entraram no elevador e as portas se fecharam, Olivia respirou aliviada.
Helena, emocionada, segurou o peito com as mãos, os olhos brilhando: “O Sr. Griera é tão atraente, será que ele estava olhando para mim?
Meu Deus, ele me notou! Meu coração quase saiu pela boca.”
Depois, com um tom de incerteza, ela perguntou a Olivia: “Ele estava olhando para mim, não estava?”
Olivia sorriu sem jeito e concordou: “Sim.”
Com a confirmação de Olivia, Helena ficou ainda mais animada: “Eu sabia que minha beleza era irresistível, até alguém como o Sr. Griera não resistiria a dar uma segunda olhada.”
A recepcionista, friamente, interveio: “Não se iluda, ele não estava olhando para você. Foi apenas um olhar casual.
O Sr. Griera mal nota a secretária Pereira, que é lindíssima e tem um corpo espetacular. Você acha mesmo que ele se interessaria por você?”
A recepcionista sempre foi realista, não via as coisas com lentes cor–de–rosa e entendia a diferença entre sonhos e realidade. Sabendo que sua aparência e origem eram comuns, ela nunca ousou sonhar com Daniel Griera.
E agora Helena, uma faxineira iniciante e de beleza comum, pensava que o Sr. Griera tinha se interessado por ela. Era preciso trazê–la de volta à realidade.
Helena, ofendida, retrucou: “Você acha que eu não sou bonita?”
A recepcionista deu uma olhada em Olivia e depois em Helena, soltando uma risada e disse: “Você não chega aos pés da Olivia em beleza. Por que o Sr. Griera olharia para você e não para ela?”
Olivia permaneceu em silêncio.
Quando a recepcionista mencionou isso, Helena olhou para Olivia e percebeu seus lábios vermelhos e dentes brancos, seu rosto oval, olhos grandes e expressivos, parecidos com amêndoas. Suas sobrancelhas eram como nuvens distantes, e seus lábios pequenos e rosados.
Sua pele era impecável, exalando uma elegância pura e serena. Sua aparência fresca era rejuvenescedora, quase como uma estudante do ensino médio que acabara de florescer na juventude.