Capítulo 707
Felipe havia reservado um lugar no açougue quando, no meio do almoço, seu telefone tocou. Era Nilo.
“Pal, a Sueli está doente, acho que alguém fez alguma maldade com ela.”
Um calafrio percorreu o coração de Felipe.
Ele levantou–se apressadamente e saiu da área privativa.
Angela, que estava ao seu lado, ouviu a conversa e também correu para fora.
“O que aconteceu? O Nilo está bem?”
“Ele está bem.” – Felipe ativou a chamada de video.
Vendo que seu filho ainda estava cheio de energia, Angela se tranquilizou: “Filho, o que aconteceu com a
Sueli?”
Nilo disse calmamente: “Ontem foi o aniversário da Suell, e Manuela e eu fomos com ela a loja de brinquedos para escolher um presente. Um palhaço estava vendendo algodão doce perto da loja. Ele fez um algodão doce no formato da Barbie, e a Sueli adorou, então comprou um. O palhaço disse que se ela comprasse um, ganharia dois de graça, então ele fez mais dois para mim e para a Manuela.”
“Papai sempre nos dizia para não aceitar comida de estranhos, então eu não comi o algodão doce. A A Sueli queria comer o meu também, então eu dei para ela. Hoje a Manuela ligou para dizer que a Sueli passou mal a noite toda e que parece ser algo serio,”
“Estou achando que pode ser por causa do algodão doce. A Manuela e a Suell comeram, mas só a Sueli ficou doente, talvez porque tenha comido o meu também,”
Apesar de sua pouca idade, Nilo tinha uma capacidade de lógica impressionante.
Seu pai havia lhe contado que sua mãe tinha sido envenenada em um restaurante e acabou na UTI. O inimigo era perigoso e especializado em venenos, por isso ele sempre tomava cuidado e nunca comia nada na rua.
Um calafrio percorreu a espinha de Ângela.
Será que AK havia começado a atacar Nilo?
Uma raiva mortal brilhava nos olhos de Felipe.
“Sueli foi envenenada?”
“Manuela disse que os médicos ainda não descobriram a causa, mas eu suspeito de envenenamento, porque aquele palhaço me olhou de forma estranha, me encarou e perguntou meu nome. Ele não perguntou nada à Manuela nem à Sueli” – disse Nilo.
Angela cerrou os punhos: “Querida, não vá a lugar nenhum, fique em casa e nós voltaremos.”
“Está bem” – assentiu Nilo.
Ele estava compreensivo e calmo, sem demonstrar pânico ou medo.
Mas ela sabia que ele devia estar assustado e precisava da mãe por perto. Ela tinha que voltar logo.
De volta ao espaço reservado.
Angela lançou um olhar furtivo e agudo para Leila.
Ela provavelmente tinha algo a ver com o que havia acontecido.
Quanto a Iris, Angela ainda tinha suas dúvidas.
Desde que ela chegou, as coisas começaram a dar errado para Nilo, o que era suspeito.
Ela era astuta e dissimulada, não faria algo tão tolo.
Em uma voz grave, Felipe disse: “A filha do meu irmão está doente, talvez tenha sido envenenada. Angela e eu precisamos voltar“.
“Envenenamento?” – Iris ficou surpresa: “Quem fez isso? É um ato monstruoso contra uma criança. Você chamou a polícia?”
“Por enquanto é só uma suspeita. Vamos esperar o diagnóstico dos médicos antes de tomarmos uma atitude” – disse Felipe calmamente.
Ele já havia pedido a Kevin que notificasse discretamente a equipe de investigação especial da polícia. Esse comentário foi feito para evitar o alarmismo.
Leila tomava sua sopa, aparentemente alheia à conversa, escondendo qualquer expressão em sua
sombra.
Depois do jantar, Felipe e Angela voltaram com Galeno e Ramalho para o Cidade Mar.
Se Zito fosse o irmão gêmeo de Ramalho ou uma segunda personalidade, Ramalho seria a pessoa que mais entendia Zito no mundo.
Quando Angela foi envenenada, Ramalho foi quem criou o antidoto. Talvez ele soubesse qual veneno havia afetado Sueli.