Capítulo 675
Galeno falou com sua voz infantil: “Todos nós gostamos do tio, não gostamos do Zito.”
Ramalho abriu um sorriso largo e riu alegremente.
Afinal, sua mente tinha apenas oito anos; ele era uma criança grande.
Ele ansiava por amor e atenção, e só aqui é que alguém realmente o amava, cuidava e tratava bem dele.
“Anjo, mais tarde quero ir ao mercado de flores comprar algumas mudas para plantar no jardim.”
“Claro.” – Angela assentiu com um sorriso.
Na sexta–feira, Felipe levou Ramalho a Vila Montanha, um retiro da família Martins, onder recebiam amigos e parentes que vinham de longe.
A nora Luzia já tinha preparado alguns petiscos e agora ela cuidava dos assuntos da Mansão Martins.
Íris chegou à tarde, vindo para a Vila Montanha apenas com uma assistente pessoal chamada Bárbara.
Felipe a observou discretamente; seu rosto estava pálido e magro, sinalizando que realmente não estava bem de saúde.
Assim que
viu a matriarca, seus olhos se encheram de lágrimas.
“Irmã, faz tanto tempo que não a vejo que nem sei se esta será a última vez que nos
encontraremos.”
ela
A matriarca segurou sua mão: “Não comece com esses pensamentos tristes; você vai melhorar. Rogério disse que trouxe para você o melhor médico da Cidade Misteriosa, e o tratamento dele está fazendo efeito.”
“Realmente, estou um pouco melhor, senão não teria conseguido vir para Cidade Mar.“– Íris falou baixinho.
Ela não parecia a figura forte que as histórias contavam, mas sim tinha um ar gentil e
suave.
A matriarca ordenou que um criado trouxesse a sopa de ninho de andorinha que haviam preparado para ela.
“Se está melhorando, deveria descansar em casa. Em breve, levarei Ramalho para visitá–la em Cidade Estrela.”
Ramalho, ao ver a tia, nervoso, tirou um pirulito do bolso e começou a chupar com força.
09:53
Quando ele ficava nervoso, precisava de um pirulito.
Iris olhou para ele e disse: “Esse menino ainda é tão tímido, ele não lhe deu nenhum problema, não é?”
“Ele está bem, e com o Felipe para brincar, você não precisa se preocupar” – respondeu a matriarca com um sorriso.
Íris olhou para Felipe: “A última vez que vi o Felipe, ele era apenas um menino, e agora ele cresceu muito. Saber que ele se dá tão bem com o Ramalho me deixa mais tranquila.”
Ramalho apressou–se a dizer: “Meu primo e eu nos divertimos… muito. Ele me leva paral passear… toda semana. Eu adoro brincar com… o meu primo. Eu quero ficar… em Cidade Mar para sempre, não quero… voltar para Cidade Estrela“.
Quando ele ficava nervoso, sua gagueira piorava.
Felipe colocou o braço em volta de seus ombros: “A família Martins é sua segunda casa
agora.”
Íris suspirou profundamente: “Tia, eu queria tanto ver você crescer, se casar, ter filhos…. Mas parece que você nunca cresce.”
Ramalho balançou a cabeça energicamente: “Eu não… não quero crescer, crescer não é…
divertido.”
O mundo dos adultos era muito complicado, e ele não queria fazer parte dele.
A matriarca levantou a mão e afagou a cabeça dele com carinho.
“Veja como ele está feliz agora, sem preocupações. Não é ruim que o filho de uma família rica não cresça. O que importa é ser feliz. Os filhos das famílias pobres é que precisam crescer rápido e assumir responsabilidades.”
Íris enxugou uma lágrima do canto do olho: “Mesmo assim, eu queria que ele fosse uma criança normal, para não ter que me preocupar com o que acontecerá com ele quando eu não estiver mais aqui. Afinal de contas, seus irmãos e irmãs estão crescendo e terão suas próprias famílias, enquanto ele estará sempre sozinho, sem companhia.”
A matriarca disse: “Você está subestimando o menino. Ele é capaz. Mesmo sozinho, ele saberá como viver bem. Além disso, ele não está sozinho; ele tem uma grande familia que se preocupa com ele, como poderíamos não cuidar dele?”