Capítulo 652
“Era uma mulher sem coração nem sentimento.”
“O mesmo para você“, ela respondeu, indiferente. Ela não tinha coração, e ele era cruel e impiedoso.
Felipe segurou seu rosto delicadamente e a beijou com intensidade.
Somente assim ele poderia se fazer notar, fazendo com que ela não pudesse ignorá–lo.
Leila chegou à entrada do hotel e avistou Ramalho e Galeno brincando na praça em frente ao estabelecimento.
Olhou ao redor e não viu Angela nem Elton, apenas dois seguranças.
Felipe, obviamente, também não estava lá.
Galeno correu em sua direção quando a viu, “Tia, por que a senhora ainda não foi embora?”
Leila teve vontade de estrangulá–lo. Esse moleque insolente, nunca diz nada que preste.
“Vamos embora quando vocês forem embora, ela respondeu com raiva.
Galeno fez uma careta para ela, “Meu tio Felipe já foi para casa. Acabei de falar com Nilo por vídeo, e ele está jogando xadrez com ele.”
Leila olhou para ele com fúria, “Você é um mentiroso nato, não acredito em uma palavra do que você diz.”
Galeno mostrou a lingua, “Se você não acredita, problema é seu. Afinal, a pessoa que está aí parada sem fazer nada sou eu, e não você.”
“Moleque irritante, você é realmente insuportável“, Leila rosnou entre os dentes.Galeno deu de ombros. “Eu sou uma pessoa boa, você é a má. As pessoas más naturalmente odeiam as pessoas boas, porque as pessoas boas as impedem de fazer coisas ruins.“Ramalho veio correndo e parou bruscamente diante de Leila, “Você é má, muito
má!”
Leila sentiu medo dele. Galeno era pequeno e poderia ser facilmente contido, mas Ramalho era grande e forte; se ele se irritasse, ela seria quem sairia perdendo.
Além disso, ele era o querido sobrinho da matriarca da familia, que certamente o protegeria. Leila só poderia aceitar seu azar.
“Primo, isso não tem nada a ver com você, por favor, não se envolva.”
Ramalho balançou seus punhos, “Quem mexer com Galeno e Anjo é… é meu inimigo!”
Leila recuou instintivamente, protegendo o ventre, temendo que Ramalho, fora de
controle, a atingisse e causasse um aborto.
Ele era um tolo, um grande idiota, sem razão alguma.
“Angela não é nenhum anjo, ela é uma bruxa que pratica magia negra. Quem sabe um dia, se você a irritar, ela não lança um feitiço em você? Vai ter medo?”
Ramalho estalou os dedos, com uma expressão que parecia querer brigar, “Isso é um absurdo, você que é a bruxa, a bruxa má! Anjo é… é a pessoa mais bondosa, mais bela e generosa deste mundo.”
Leila ficou sem palavras, era como se estivesse falando com uma parede; ele jamais aceitaria sua perspectiva.
“Você é quem não entende nada.”
Galeno colocou as mãos na cintura e olhou furiosamente para ela, “Sua cabeça é que não funciona bem. Meu primo é cem vezes, mil vezes, dez mil vezes mais inteligente do que você.”
Leila estava prestes a explodir de raiva. Ela realmente queria dar um tapa nele e deixá–lo com o rosto machucado e inchado. Mas ela não se atreveu a tocar nele, sabia que se o fizesse, Ramalho certamente a atacaria.
“Estou cansada de vocês, vou para o meu quarto descansar.”
Ela virou–se e caminhou em direção ao hotel.
Não tinha visto Felipe durante todo o dia, o que era muito estranho.
Será que ele realmente se sentia tranquilo em voltar para Cidade Mar, deixando Angela e
Elton a sos?
Será que ele estava o tempo todo escondido no quarto de Angela?
Pensando nisso, ela decidiu ir ao quarto de Angela para pegá–los no flagra.
Assim que saiu do elevador, foi barrada pelos seguranças.
Todo o andar estava reservado, e a entrada de estranhos era proibida.
Isso só reforçou a suspeita de Leila de que Felipe estava ali.
“Estou procurando Ângela, peça para ela vir falar comigo.”
“A senhora saiu, disse o segurança.
“Não minta para mim, ela está definitivamente no quarto. Eu a vi entrando no hotel.” Leila resmungou baixinho. Ela tinha deixado pessoas de olho no lobby, se Angela tivesse saido, eles teriam visto.