Capítulo 634
Enzo Alves esticou o braço e bagunçou o cabelo dela: “Você nem namorou ainda, está sentindo o quê aqui?”
Aída deu um sorrisinho sem graça: “Eu nunca namorei, mas já li um monte de romances tipo aqueias comédias de relacionamento.”
-E tinha o primo que dava o exemplo, uma verdadeira novela da vida real.
Ramalho balançou a cabeça e suspirou.
“O mundo dos adultos é tão complicado que é melhor ser criança.”
Ainda bem que ele não tinha crescido, caso contrário teria que namorar, casar, divorciar, que aborrecimento, que bagunça.
Aída olhou para o irmão e, por um momento, pensou que não crescer não era tão ruim, viver feliz e sem preocupações todos os dias.
Angela forçou um sorriso: “Hoje o Elton chegou do exterior, esse jantar é para dar as boas–vindas a ele e espairecer da viagem, vamos evitar assuntos chatos e fazer um brinde“.
Galeno e Ramalho logo se juntaram a eles, Elton e Felipe trocaram um olhar duro, mas também levantaram seus copos.
Ramalho tomou um gole de iogurte e sorriu: “Deixa eu adivinhar, o primo e o irmão Elton gostam da Anjo, e o irmãozinho Enzo gosta… gosta da Aida, né?”
As bochechas de Aída se tingiram de vermelho de imediato: “Irmão, não… não fala bobagem.”
“Irmão mais velho?” – Enzo Alves ficou surpreso: “Desde quando o Ramalho virou seu irmão mais velho?”
Aída percebeu que tinha falado demais e rapidamente cobriu a boca: “Não é isso…”
Ela tentou se explicar, mas Angela interveio: “Aqui o Ramalho é mesmo o irmão, exceto pelo Galeno, todos nós devemos chamá–lo assim.”
Uma frase casual e Aida foi salva do aperto.
Enzo Alves fez um som de compreensão e não pensou mais no assunto.
Aída suspirou aliviada por dentro, quase havia cedido, ainda bem que Ângela era esperta. Ramalho coçou a cabeça, dizendo para si mesmo: “Na verdade, eu sou uma criança, não quero ser o irmão mais velho dos adultos.”
Angela riu: “As crianças também podem ser irmãos mais velhos, aqui nós respeitamos a
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hierarquia familiar, Se o Galeno voltar para a nossa Cidade R, ele pode até ser chamado de tio entre os parentes.
Ramalho riu ao ouvir isso.
Se Galeno poderia ser tio, ele poderia ser o irmão mais velho, afinal, ele também era bem grande.
Ele se virou para Enzo Alves: “Irmãozinho Enzo, você gosta da Aída ou não?”
Enzo Alves ficou em silêncio por um momento, seu olhar passou pelo rosto de Alda: “Aída é minha irmãzinha“.
Ramalho não entendeu muito bem: “Então você gosta dela ou não?“.
Enzo Alves segurou a testa, quase se esquecendo de que tinha de tratar Ramalho como uma criança.
“É um carinho tipo de irmão para irmã, Ramalho, você tem uma irmã?”
“Tenho.” – Ramalho olhou para Aida, assentindo como quem pica o ponto: “Minha irmāzinha é muito inteligente, linda e adorável, eu gosto tanto dela.”
Enzo Alves sorriu de canto: “É isso ai, meu sentimento pela Aida é como o teu pela tua
irmā.”
O coração de Aída se agitou com uma onda de desilusão.
Provavelmente Enzo Alves sempre a veria apenas como uma irmã.
Ramalho ainda estava confuso: “Mas a Aida não é sua irmã de verdade.
Ela é minha irmãzinha do coração.
explicou Enzo Alves: “Eu já a adotei como irmã“.
Ramalho ficou confuso.
Aida já tinha tantos irmãos que não precisava de um irmão de consideração.
Galeno deu uma piscadela, esclarecendo: “Primo, deixa eu te contar, os meninos gostam de meninas de duas maneiras, uma é para querer casar, como o papai e o tio Felipe com a mamãe. A outra é como amigo ou irmã, como o tiozinho gosta da Aida“.
Ramalho coçou a cabeça, confuso e sem entender, ponderando sem chegar a uma conclusão: “Os adultos são mesmo complicados” – murmurou.
À mesa, muitos convidados pareciam desorientados, enquanto uma fileira de urubus voava barulhentamente sobre suas cabeças.