Capítulo 602
Leila quase se engasgou até morrer, sentindo uma horda de palavrões passar rugindo por sua mente.
“O que você sabe, hein? Agora sou gestante, preciso descansar mais.”
Ramalho fez uma careta para ela: “Você não sabe fazer um sanduíche gostoso… não sabe temperar uma came de sol suculenta, não sabe preparar doces deliciosos, não sabe fazer nada. Se eu tivesse uma esposa tão inútil quanto você, estaria arruinado.”
Leila estava furiosa, com os cabelos praticamente soltando fumaça de raiva.
“Em casa, temos empregados e cozinheiros, por que eu precisaria cozinhar?”
Ramalho fez beicinho: “Não é a mesma coisa! Minha mãe sempre cozinhou para o meu pai, isso é… charme. Por isso você é uma mulher sem graça.”
“Ah, uma mulher sem graça.” – Galeno balançou a cabeça em concordância, seguindo a provocação.
Leila estava à beira de um colapso, respirou fundo várias vezes, forçando–se a não discutir com idiotas e pestes.
Vitória ainda estava dormindo profundamente na barraca, ela nunca acordaria cedo e, mesmo que acordasse, não ajudaria Leila como antes.
O segurança acendeu o fogão a lenha e Angela começou a cozinhar, tendo Felipe como ajudante.
Era uma cena de harmonia conjugal.
Os olhos de Leila quase saltaram de suas órbitas. Ela se afastou rapidamente de Galeno e Ramalho, correndo para tentar se colocar entre eles, mas acabou se queimando acidentalmente no fogão a lenha, gritando de dor.
Felipe olhou para ela com reprovação: “O que você está fazendo? Não atrapalhe!”
Leila se sentiu profundamente injustiçada, precisava reivindicar seu lugar e não permitir que Angela, sual ex–mulher, tomasse seu espaço.
“Amor, minha mão está queimando, já está formando bolhas.”
“Então vá tratar disso e não atrapalhe nosso café da manhã, você não sabe cozinhar mesmo” – disse Felipe, friamente.
Leila mordeu o lábio, repleta de frustração.
Angela continuou a fritar o bacon em silêncio, fingindo que nada tinha visto ou ouvido.
Ela definitivamente não queria se envolver em uma cena de ciúmes e disputas.
O segurança se aproximou e levou Leila para cuidar das bolhas.
Assim que ela se foi, o ar ao redor ficou imediatamente mais fresco.
Galeno e Ramalho, que estavam famintos, atraidos pelo cheiro do bacon, correram para perto.
“Hoje vamos ter sanduíches deliciosos de novo.”
“Os sanduiches que minha mãe faz são os melhores.”
Eles batiam palmas, pulando de alegria.
Era um mundo onde apenas Leila “se machucava“.
Ela estava se contorcendo de raiva na tenda e até desmaiou.
Ela queria tanto jogar uma fatia de bacon no rosto de Angela!
Se seu plano de desfigurar o rosto de Angela na noite anterior fingindo ser sonambula tivesse dado certo, ela estaria no hospital hoje, desfigurada e se tornando um monstro, longe de fazer sanduiches com Felipe para atormentá–la!
Depois de aplicar a pomada, ela se apressou em sair, ficando por perto como uma supervisora, observando Felipe e Angela.
Angela sorriu friamente para si mesma.
Um lugar conquistado por meios baixos é sempre instável, sem legitimidade.
Galeno fez uma careta para Leila: “Tia, você está vigiando o tio Felipe?”
Lella o encarou, aquela criança insolente nunca tinha nada de bom para dizer.
*Não estou vigiando, estou apenas olhando para o meu marido com o amor de uma esposa.”
Galeno balançou a cabeça e suspirou: “Esse olhar é assustador, até eu fiquei com medo.”
“Eu também, parece… um fantasma vingativo” disse Ramalho, encolhendo–se.
Leila respirou fundo. Aqueles dois eram cúmplices de Angela, só estavam ali para provocá–la e sabotá–la. A malvada Ångela estava se apoiando no fato de ter tido dois filhos para tentar virar o jogo.
Leila não permitiria que ela tivesse sucesso.
O destino de Ångela estava ligado ao dela, mas também estava em suas mãos, e ela jamais permitiría que Angela voltasse a ocupar o lugar de Senhora da familia Martins.