Capítulo 555
Ela serviu Ramalho com comida e lhe encheu uma tigela de sopa.
“Ramalho, come mais um pouco. Depois que terminarmos, vamos ao Jardim Botânico ver as flores.”
“Certo.” Ramalho acenou com a cabeça.
Ele não comia pimenta, nem um pouquinho, então Angela tinha escolhido pratos mais suaves.
“Meu anjo, conversei com papai e disse que queria ficar um pouco mais para curtir a Cidade Maravilhosa. Ele concordou. Disse que na festa de noventa anos da vovó, a tia e o primo trariam eu e Aida de volta.”
Angela sorriu. “Então, quando eu tiver um tempinho, te levo para passear com o Sr. Martins. pode ser?”
“Pode.” Ramalho sorriu, seus olhos castanhos brilhando com uma pureza inabalada, como se fossem águas de uma lagoa cristalina, intocadas pela poeira do mundo.
Felipe pegou um camarão e o descascou antes de colocá–lo no prato de Angela.
Vendo isso, Ramalho também pegou um camarão, tentando imitar seu gesto. Ele queria descascar camarões para Ângela, para que ela gostasse ainda mais dele.
Mas ele nunca havia descascado camarões antes; era sempre a babá. Sheila, quem fazia isso por ele. Por descuido, acabou se picando no dedo, e a dor fez com que soprasse para aliviar.
Ângela rapidamente pegou um band–aid e colocou em seu dedo para estancar o sangue.
“Ramalho, camarões são difíceis de descascar, deixa que eu faço isso.”
Ele suspirou, desapontado. “Ainda não aprendi. Quando eu aprender, descasco… descasco para você comer.”
Ao saber que ele queria descascar para ela, Angela sorriu. “Obrigada, Ramalho. Mas você pode comer sozinho, não se preocupe comigo. Anjos como eu não precisam de ajuda para
comer.
Ouvindo isso, Ramalho acenou para Felipe. “Primo, o anjo pode comer sozinho, não… não precisa da sua ajuda.”
Felipe suou frio, crianças dizem as coisas mais inocentes.
De outra mesa, uma família de quatro pessoas observava.
Um menino de uns nove anos de idade fez uma careta para Ramalho. “Haha, você é gago, ga–ga–ga–gago, um grande bobão, que vergonha, que mico.”
Os pais do garoto não o repreenderam, até pareciam achar graça junto com ele.
O menino ficou mais ousado, subindo no banco e fazendo caretas para Ramalho, mostrando a
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lingua. “Grande, grande idiota, grande, grande gago…”
Um traço de dor invadiu os olhos de Ramalho. Ele largou os hashis e se encolheu, buscando refúgio nos braços de Ângela.
“Anjo, eu quero… quero um pirulito.”
Sempre que ficava nervoso ou com medo, ele queria um pirulito.
Angela o abraçou e acariciou sua cabeça, sussurrando palavras de conforto. “Ramalho, seja forte, não tenha medo. Neste mundo, sempre haverá algumas pessoas desagradáveis. Ignore–as, é como se não existissem.”
Felipe franzia a testa levemente.
Ele não gostava que outros homens ficassem muito próximos de sua esposa.
Embora Ramalho fosse mentalmente imaturo e ainda uma criança, seu corpo era de um adulto. Ele agarrou o braço de Ramalho e o puxou para o seu lado, passando o braço ao redor dos ombros dele e entregando–lhe um pirulito.
Ângela estava constrangida!
O ciúme do homem era assustador.
A familia ainda ria e parecia ter encontrado uma nova fonte de diversão.
Felipe deu um tapa na mesa com força, e o som ecoou pelo lugar.
“Vamos para uma sala privada.”
Eles haviam chegado cedo, e como não havia outros clientes no salão, escolheram um lugar perto da janela.
O garoto levou um susto e começou a chorar alto, enquanto um bebé no carrinho também foi levado às lágrimas com o barulho.
Os pais do menino ficaram irritados e começaram a repreender Felipe.
“Ele é só uma criança, por que tão agressivo?”
“Um homem desse tamanho e ainda compete com criança, que tipo de atitude e essa?”
*Já é um retardado, agora não podemos nem falar?”
A mulher não parava de xingar.
Justina e seus seguranças, que estavam jantando em outra mesa, levantaram–se imediatamente e encararam aquela familia com olhares intimidadores, esfregando as mãos ansiosos. Eram todos homens altos e fortes, e a presença deles fez com que a coragem da família desaparecesse instantaneamente. Eles ficaram com a garganta travada, incapazes de
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articular uma única palavra, e nem se atreviam a respirar mais alto.
Tinham mexido com alguém multo poderosol