Capítulo 535
Nos últimos dias, Felipe não estava presente, e Angela seguiu sua rotina de trabalho e retorno ao lar como de costume. Por algum motivo, ela se sentia entediada e havia um vazio em seu coração.
Às vezes, a solidão não é apenas sentida quando se está só, mas sim quando a pessoa mais importante para você não está ao seu lado.
As pessoas precisam não só de laços familiares e amizades, mas também de amor.
O lugar de um amado é insubstituível por qualquer outra pessoa.
Na manhã de sábado, Felipe chegou acompanhado de Nilo.
Ele havia retornado na noite anterior.
Hoje, ele planejou um acampamento de trailer no Vale das Borboletas, a pedido das duas crianças.
Enzo Alves acabou de terminar uma nova peça, estava em casa, então Ângela o convidou, junto com Aida.
Enzo Alves estava ocupado desde o Ano novo e fazia muito tempo que não tirava
férias, então aceitou o convite.
Dois trailers partiram juntos, rumo ao cênico Vale das Borboletas.
Afastado da poluição luminosa e sonora da cidade, o ar era fresco e a natureza exuberante.
Galeno trouxe também Dudu, o papagaio, que parecia sentir–se em casa no vale, esbanjando alegria ao abrir suas asas e cantarolar: “Cocori muuuu! Cocori iiiihihihihi! Coco rupaco paco! Cỏ–có–có–có–có–có–có–có–có…”
Galeno riu, certo de que Dudu havia aprendido isso enquanto assistiam ao desenho animado “Cocorico“.
“Dudu, você só é um papagaio, não o Júlio.”
Dudu: “Souo Júlio, Tá na hora do cocorico! Ta na hora do Júlio tocar, tocar, tocar, tocar…”
Nilo estendeu a mão e acariciou a cabeça felpuda de Dudu.
Se apenas Dudu pudesse sair para brincar com eles, seria ótimo.
Mas havia agulas no vale e era perigoso soltá–lo, ele poderia correr risco de vida, então o mantiveram na galola.
Alda salu do trailer, esticou os braços e respirou profundamente o ar fresco.
O aroma da terra, da grama verde e um leve perfume de flores penetravam sua alma.
Enzo Alves acariciou sua cabeça, sabendo que o principal motivo de estarem ali era para que a pequena pudesse se divertir,
Ela o acompanhava nas filmagens, comerciais e programas de TV, raramente tendo tempo para aproveitar os fins de semana.
O Vale das Borboletas era, naturalmente, um paraíso para as borboletas.
Elas podiam ser vistas flutuando entre as flores a qualquer momento.
À noite, apareciam vaga–lumes.
“Galeno, Nilo, vamos caçar borboletas juntos!”
Ela correu em direção aos arbustos floridos, com Enzo Alves e as crianças seguindo
atrás.
“Esperem por nós, Aida!”
Felipe e Angela ainda não haviam saido do carro, ou seja, Felipe havia mantido Angela lá dentro à força.
Ele sentia sua falta, e se não tivesse voltado tão tarde na noite anterior, com certeza
teria ido vê–la no Vila Galáxia.
“Viemos para relaxar, não pode se comportar?”
“Não“, ele respondeu com um sorriso travesso nos lábios, “Quando um casal que ficou muito tempo separado se reencontra, é como se fossem recém–casados novamente, você não acha que deveria me mimar um pouco?”
Angela lançou–lhe um olhar de fingida irritação, “Nós não somos recém–casados, estamos divorciados!”
Ela se sentia cada vez mais como se estivessem tendo um caso com Felipe, agindo furtivamente e às escondidas.
Felipe a pressionou contra o sofá macio, “Não estrague o momento.”
Ângela bateu em seu ombro, frustrada, “Não quero que Enzo Alves descubra que ainda estamos enroscados.”
Felipe franzia a testa, “Você tem medo que ele descubra ou que chegue aos ouvidos. de Elton?”
Angela ficou sem palavras, “O que Elton tem a ver com isso?”
“Melhor que não tenha nada a ver.”
Felipe sabia muito bem que Elton era quem ela amava. Se não fosse pelo fato de Elton ainda estar casado, ela já teria ido com ele para Cidade Misteriosa.
Lisa estava prestes a dar à luz, e Elton já havia contratado uma equipe de advogados para o divórcio assim que o bebê nascesse.
Uma vez solteiro, ele certamente faria de tudo para conquistar a Ângela.
Ângela o encarou, “Nossos problemas não tem nada a ver com outras pessoas. Não
desvie o assunto.”
“De qualquer forma, você é minha mulher, ninguém pode tirar isso de mim.” Ele se inclinou e a beijou apaixonadamente…
Quando Ângela saiu do carro, suas pernas estavam um pouco trémulas.
Felizmente, “alguém” teve consideração e a fazia apenas uma vez levemente.