Capítulo 530
Se ela realmente morresse, ele ficaria triste por um tempo, mas logo esquecería e encontraria outra esposa, jovem e bonita, carinhosa e atenciosa, para seguir em frente com a vida.
Neste mundo, a vida segue em frente, com ou sem alguém.
A história de amor eterno, isso não existe!
Tudo que ela esperava era que ele cuidasse bem dos filhos dela, para que não sofressem nas mãos de uma madrasta.
“Já está tarde, eu preciso ir.”
Ela se desvencilhou do abraço dele e saiu do carro.
Estar tão apegada ao abraço dele não era algo bom para ela.
No dia seguinte, bem cedo, Ramalho ligou.
“Anjo, sou eu, Ramalho. Hoje o papai não está em casa, você pode… pode vir brincar comigo?”
“Claro.”
Ângela pediu um dia de folga e foi para o hotel.
Ramalho estava regando as plantas quando ela chegou. Ele sorriu ao vê–la, os olhos brilhando como estrelinhas.
“Anjo, você… você deve morar nas nuvens, junto com o sol, por isso… por isso toda vez que te vejo, você brilha.”
Ângela deu um sorriso. “Eu não sou um anjo, moro numa casa aqui na terra, como
você.”
Ramalho balançou a cabeça. “Você é um anjo, você é um anjo que se mudou das nuvens para morar na terra.‘
Ângela foi até o parapeito da janela e admirou as flores vibrantes.
“Nossa! o lírio está prestes a florescer, seus botões são tão bonitos.”
Ramalho sorriu alegremente: “O lírio me… me acordou cedo hoje, para ver… ver seus
botdes?
Angela suspirou. “Ramalho, você é incrível, cuida tão bem das plantas. Eu não tenho esse dom sempre que tento, minhas plantas adoecem ou pegam pragas e acabam morrendo.”
Ao ouvir a palavra “pragas“, Ramalho inflou as bochechas. “Pragas são odiosas, Ramalho detesta pragas. Elas mordem e dói muito, e ainda são venenosas.”
Angela não ignorou o comentário e continuou: “Também não gosto de pragas. Uma vez, um inseto preto estranho me mordeu e meu braço inchou tanto, doeu pra caramba.”
“Eu também já fui mordido. Os insetos que meu irmão mais velho cria… sempre…me…me mordem..” Ele estendeu o dorso da mão para ela, mostrando uma pequena cicatriz, provavelmente o resquício de uma mordida de um inseto
Venenoso.
Angela sentiu seu coração apertar. Ramalho era o filho mais velho da família, como poderia ter um irmão mais velho?
Ramalho, você tem um irmão? Qual é o nome dele? Por que ele gosta de criar
insetos?*
“Meu irmão… se chama Zito. Ele gosta de criar insetos, cultivar cogumelos e… e outras coisas estranhas. Ele sempre me pede… pede para eu cuidar delas.” Ramalho
falou muito sério.
Essas palavras chamaram muito a atenção de Ângela.
Ela imediatamente se lembrou do laboratório de biologia da AK.
“Por que seu irmão quer criar insetos? Ele deveria criar flores como o Ramalho, flores são tão bonitas e não mordem.”
“Isso mesmo.” Ramalho concordou, acenando com a cabeça como quem concorda plenamente.
Ângela sorriu, cheirou o perfume das flores e perguntou casualmente, “Ramalho,
como é o seu irmão? Ele é bonito como você?”
“Meu irmão… deve ser… deve ser parecido comigo.” Ramalho piscou os olhos grandes para ela. “Anjo, sou bonito?”
Angela acenou com a cabeça, sorrindo. “Você é muito bonito, Ramalho, parece um principe celeste.”
Ramalho ficou eufórico, parecendo um passarinho contente, abrindo os braços e dançando pelo quarto com pulos e saltos.
“Anjo me elogiou!”
Angela o observou, tão inocente, tão puro, tão inofensivo.
Ele não poderia ser o chefe da AK!
Talvez Felipe estivesse certo, e a verdadeira chefe fosse sua mãe.
Mas quem seria esse irmão que ele mencionava?