Capítulo 524
Felipe estendeu o braço que parece aço e rodeou a cintura delicada dela, “Você está me pedindo para ser um evangélicos?”
“Ah, qual é, já não sei com quantas mulheres dormiu, nem quantas sementes espalhou, já não é mais puro.”
Angela lançou–lhe um olhar fulminante, resmungando.
Ela falava como se estivesse falando consigo mesma, mas Felipe ouvia cada palavra clara e distintamente, E tudo isso é um mal–entendido dela, e ele não sabe como se explicar.
Ele se sentia profundamente injustiçado.
“Você não pode ter um pouco de confiança em mim?”
Ângela soltou uma risada sarcástica: “Por que eu deveria confiar em um ex–marido que me abandonou? Eu não sou boba.”
O ar ficou carregado de ressentimento, que não se dissipava.
Felipe suspirou resignado, algumas coisas que já aconteceram eram como espinhos no coração, tocá–los apenas causava dor mútua.
“Eu não te abandonei.”
“Claro, agora você quer o melhor dos dois mundos, casou–se com a sua queridinha e ainda quer manter um caso com a ex. Se realmente pudesse me deixar em paz, me cortar de sua vida, eu seria eternamente grata. Assim eu não teria que lutar contra a moralidade indefinidamente, preocupada em me tornar apenas um caso seu!”
As palavras dela explodiram em seus ouvidos como fogos de artifício, deixando–o frustrado e confuso, e ele só podia silenciá–la à força, com a boca dele.
Ângela ficou irritada e deu um soco no ombro dele.
Era sempre assim, tão dominador, sempre tentando impor sua vontade.
Ele já não era mais seu legítimo marido, certo?
Ele está acostumado a fazer isso, mas isso não significa que seja o correto….
Após o trabalho, Ângela foi até o supermercado.
Ao sair, seu olhar casualmente captou um homem estranho no passeio não muito distante.
Ele era alto e bonito, mas sua postura era um tanto estranha, com um pirulito na boca e um vaso de lírios nas mãos, olhando ao redor com curiosidade enquanto
caminhava.
Sua postura lembrava muito Forrest Gump, do filme de mesmo nome.
Foi então que uma bicicleta elétrica passou rapidamente, o guidão atingiu o braço do homem, e o vaso caiu e quebrou–se no chão.
O ciclista, longe de parar, acelerou e fugiu da cena.
“Lira, Lira caiu!” O homem parecia aterrorizado, agachou–se, recolhendo os lirios e tentando agarrar a terra, mas ela escorregava entre seus dedos, incapaz de segurá–la.
Desesperado e sem saber o que fazer, ele começou a chorar.
“Lira vai morrer, o que eu faço? Papai, socorro, buá…”
Angela percebeu que a inteligência do homem deve ter algum problema.
Os transeuntes passavam por ele sem oferecer ajuda, como se quisessem evitar o problema a todo custo.
Ela instintivamente quis ajudá–lo, mas Justina a segurou.
“Tenha cuidado.”
“Não tem problema.” Ângela era uma pessoa de bom coração, incapaz de ignorar alguém em dificuldade mesmo que isso poderia ser uma armadilha..
Ela se aproximou do homem e tirou um saco plástico, “Não se preocupe, Lira vai ficar bem, eu vou te ajudar.”
Colocou os lírios no saco plástico e a terra junto.
“Tem uma floricultura logo ali, vou te levar para comprar um vaso novo, tá bom?”
O homem assentiu, olhando para ela sem piscar, com lágrimas brilhando em seus olhos, “Você é um anjo… Senhora anjo?”
Angela sorriu, “Eu não sou um anjo.”
“Você é um anjo, linda… anjo!” O homem afirmou seriamente, convencido de que ela era o anjo enviado por Deus para salvar Lira.
Angela o levou até a floricultura próxima, comprou um vaso e pediu ao dono paral transplantar os lírios para lá.
“Lira está bem agora, e tem um novo lar, deve estar muito feliz.”
“Obrigado… obrigado, anjo…” O homem bateu palmas de felicidade e então tirou um pirulito do bolso.
“Anjo, por favor, aceite este pirulito!”
“Obrigada, não preciso,” disse Ângela com um sorriso, “Qual é o seu nome?”
“Meu nome é Ramalho, Ramalho…Valentim!” O homem respondeu.