Capítulo 508
“Agora estamos sem laços de sangue ou amor, contanto que você não interfira em minha liberdade, pode fazer o que quiser, não tenho nada a ver com isso, nem tenho o direito de Interferir.”
Ela falou com tanta calma, com tanta naturalidade, com tanta indiferença, como se ele fosse um estranho, alguém por quem ela não tinha o menor interesse.
Uma sombra de dor invadiu seus olhos, causando–lhe uma pontada de agonia no peito.
“Você realmente não se importa comigo?”
No rosto dela, aos poucos, surgiu um sorriso triste, pois, independentemente do motivo de sua partida, ele agora era o marido de outra, uma realidade imutável.
“Por que eu me importaria com o marido de outra?”
“Angela!”
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Ele suspirou pesadamente, percebendo uma verdade cruel: mesmo que ela estivesse em seus braços ou sob seu corpo, seu coração estava distante, inalcançável.
Enquanto ele não se divorciasse de Leila, ela nunca mais se aproximaria dele.
“Eu não vou te dar liberdade, quer você queira, quer não, você terá que ficar ao meu lado, esperando por meu retorno.”
Se ela se libertasse, voaria para longe, deixando–o para trás, nos braços de outro homem. Ele não podia deixá–la ir, nem mesmo afrouxar um dedo.
Ela ergueu os olhos para ele, com uma sombra de tristeza em seu olhar.
“Se o nosso destino juntos já se esgotou, não importa o que façamos, estamos fadados a nos separar.”
Ela pensou na previsão do tarô: o sacrifício pessoal.
Ela morreria?
Ela não sabia.
Se restasse apenas uma escolha, se ela pudesse trocar sua vida pela segurança de seu ente querido, ela escolheria perecer com o inimigo.
Felipe segurou seu rosto: “Nosso destino é decidido por nós mesmos, ninguém pode nos impedir.”
Ele já a havia perdido uma vez, não suportaria perdê–la uma segunda vez.
Ângela não tinha essa confiança, nem em seu destino compartilhado, nem nele.
Quanto tempo poderia durar um relacionamento sem amor, baseado apenas em
necessidades?
“Você tem mais quatro meses, se quebrar sua promessa, cada um seguirá seu caminho, sem mais enrolações.
Se depois de quatro meses ele mudasse de ideia, não voltasse, significaria que ele estava apenas brincando com ela, e tudo que ele disse era mentira.
Ela faria com que ele desaparecesse completamente de seu mundo, independentemente de suas razões, ela não voltaria atrás.
Felipe a encarou de volta, com um olhar intenso e profundo.
“Eu não vou quebrar minha promessa.”
Isso era algo que Ângela não se atrevia a garantir.
Cada palavra dele entrava em seu ouvido com desconfiança.
Depois de um breve silêncio, ela mudou o assunto para negócios.
Abriu um áudio em seu celular.
Era uma conversa entre Leila e Kerry no bar.
Ela não sabia que Felipe já estava fazendo o que ela estava fazendo, só que em segredo.
Mas ele permaneceu calmo e discreto.
Ela disse com frustração: “Xhaka deve ser também um dos homens da AK, estou preocupada que esse inseto esteja tramando alguma sujeira para causar problemas aqui em Cidade Mar.”
Felipe já havia mandado vigiar Xhaka secretamente.
“Xhaka é perigoso, você não pode se arriscar desta vez.”
“Eu sei.” – Angela assentiu com a cabeça, sabendo que os praticantes de magia negra eram temiveis, capazes de enfeitiçar sem deixar rastros. Caso contrário, não haveria tantos rumores sinistros sobre eles.
“Quem realmente deve se preocupar é você, pois o alvo final deles é você e também Nilo. Pelo que entendi da conversa delas, assim que o filho de Leila nascer, o inseto vai agir. Eles certamente querem que o filho de Leila seja o herdeiro e certamente vão tentar algo contra
Nilo.”
Os olhos de Felipe ficaram ainda mais sinistros.
Para cada magia negra, há um feitiço contrário mais poderoso.
Ele mostraria ao inseto quem é quem manda.
*Eu vou proteger Nilo, você só precisa cuidar de si mesma.”
Ângela lançou–lhe um olhar sinistro. Ela havia lhe contado tudo o que sabia, e ele ainda estava escondendo coisas dela.
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Estava claro que ele não confiava nela, temendo que ela atrapalhasse.