Capítulo 500
Angela estava à procura de Kerry, quando Lourdes segurou sua mão com firmeza: “Aquela é a mestra taróloga Natasha, vamos cumprimentá–la e pedir que nos faça uma leitura.”
Olhando na direção apontada por Lourdes, Ângela avistou uma mulher de meia–idade vestindo um longo vestido boêmio e uma tiara de penas. Sobre a mesa à sua frente, repousava uma bola de cristal roxa, lembrando as bruxas da Europa Medieval.
Ela seguiu Lourdes até là.
Lourdes cumprimentou Natasha: “Esta é minha cunhada, você poderia fazer uma leitura para
ela?
Natasha sorriu, acenou com a cabeça e as levou para uma sala pequena e silenciosa no andar de cima.
Ela entregou o baralho de taró para Ângela embaralhar.
Concentrada e com a mente vazia, Ângela não pensou em nada. Seguindo sua vontade, ela tirou várias cartas do centro do baralho e as colocou no topo, repetindo o processo várias
vezes.
Depois, espalhou as cartas com a face voltada para baixo em um circulo sobre a mesa, começando a embaralhar em sentido horário e mentalizando a questão que desejava esclarecer.
Então, ela juntou lentamente as cartas, formando um monte e as colocou horizontalmente.
Era hora de cortar as cartas.
Ela pegou uma pilha do topo do baralho e a colocou abaixo, dividindo–o em duas partes.
Em seguida, ele pegou outra pilha do topo da segunda pilha e a colocou em cima da primeira.
Dessa forma, havia três pilhas de cartas na mesa.
Natasha juntou as pilhas
m uma única pilha e, com movimentos no sentido anti–horário, alinhou as cartas verticalmente.
De acordo com a pergunta de Ângela, Natasha organizou as cartas no formato de uma estrela de seis pontas.
Ela as revelou uma a uma.
A primeira era a Lua, na posição correta.
Essa carta representava confusão, dificuldades e inquietação. Sob a luz da lua, uma lagosta saiu da água e caminhou em direção à deusa da lua. Ela teve de escolher o caminho certo entre duas torres distantes, pois apenas uma levava à deusa. Mas ela não sabia qual delas escolher.
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A segunda era o Carro, na posição correta.
Esta carta simbolizava a luta incansável, a determinação de nunca desistir, Independentemente dos obstáculos no caminho.
A terceira era o Enforcado, na posição correta.
Esta carta mostrava um guerreiro com as mãos amarradas para trás, pendurado de cabeça para baixo, com uma auréola de anjo tênue acima de sua cabeça.
Ele simbolizava o sacrificio pessoal, a renovação como a fênix.
A quarta era a Morte, invertida.
Natasha falou lentamente: “Você enfrenta um inimigo poderoso, que ameaça sua vida e o mantém em constantes problemas e preocupações. Mas você não se renderá a ele, e ele não conseguirá derrubá–lo completamente. Um dia você o derrotará, mas talvez tenha de fazer sacrificios para alcançar a vitória.
O coração de Ângela se apertou: “Será que vou? Vou morrer?”
“A morte invertida indica que ainda há uma chance de vida. Como dizem, é preciso chegar ao ponto de quase morrer para renascer. Tudo depende de suas escolhas. Se você escolher a torre que leva à deusa Lua, poderá renascer das cinzas. Se não escolher…”
Ela parou por aí.
Ângela entendeu o que estava implícito. Caso contrário, significava perecer junto com o inimigo, sacrificando a própria vida para proteger quem amava.
Não era a primeira vez que ela se encontrava nessa encruzilhada.
Se pudesse escolher novamente, três anos atrás, ainda assim ela se jogaria no mar com uma bomba sem hesitar.
Dos seus quarenta e cinco quilos, quarenta eram pura rebeldia.
Mesmo que se despedaçasse, ela não permitiria que os esquemas do inimigo prevalecessem.
Lourdes perguntou baixinho: “E quanto ao casamento e ao amor? Ela pode se reconciliar?”
Natasha acenou com a mão: “Você sabe, só posso ler uma vez por dia.”
Lourdes sorriu divertida: “Quase me esqueci“.
O coração de Ângela estava se agitando como um mar tempestuoso.
Afinal de contas, a possibilidade de reconciliação já não importava mais.
Talvez seu destino e o de Felipe tivessem realmente chegado ao fim.
O futuro reserva apenas a separação pela vida ou pela morte.