Capítulo 5
Ela, uma moça frágil, pobre, desamparada, que força teria para confrontar o chefão?
Ao ofendê–lo, seria demitida, obrigada a dormir nas ruas.
Mas havia dentro dela um espírito rebelde que a fazia querer manter suas próprias convicções.
“Sr. Martins…”
Ela estava prestes a resistir sem medo quando o celular tocou, era sua mãe.
“Ângela, o Enzo piorou de repente e foi para a UTI, você precisa
depositar cinquenta mil reais agora, e depois vamos ver quanto mais será necessário. Você dá seu jeito de arrumar o dinheiro, quanto mais,
melhor.”
O coração de Ângela Alves afundou de repente, e toda aquela rebeldia, toda aquela determinação, se despedaçou como um vidro atingido por uma bala.
Comprimindo os lábios, sua voz saiu quase como um zumbido de
mosquito.
“Sr. Martins, eu posso aceitar suas condições, mas… você poderia me emprestar cinquenta mil reais? Eu lhe pagarei em prestações mensais mais tarde.”
Um desprezo misturado com repulsa surgiu nos olhos de Felipe.
Ele achou que ela estava tentando aumentar o preço, pedindo dinheiro adiantado, uma verdadeira calculista atrás de dinheiro.
Ele tirou um cartão de crédito do bolso e jogou para ela, “Este cartão
tem um limite mensal de duzentos mil reais, considere isso como um
auxilio.”
Ångela Alves apertou o cartão em sua mão, que embora leve, parecia pesar uma tonelada.
Ela nunca quis essa ajuda financeira.
Ela iria devolver o dinheiro.
Mas ela não disse nada, apenas baixou a cabeça em silêncio.
O carro parou no cartório, e o registro do casamento levou apenas alguns minutos.
Felipe a acomodou em um apartamento e deixou tia Bruna cuidar dela, vigiando todos os seus movimentos.
“Lembre–se, a criança se foi, não o exponha.”
“O que farei quando a barriga crescer?”
“Deixarei tudo preparado.”
“Entendi.” Ângela Alves assentiu obedientemente, sem mais perguntas. Embora não soubesse suas intenções, ele era o chefe, o provedor, e ela só podia obedecer, sem ousar desobedecer.
O olhar gelado de Felipe deslizou pelo rosto dela, “O casamento deve permanecer em segredo, é temporário, você não é minha esposa.”
“Eu sei.”
Ângela Alves deu de ombros, ela também não o considerava como marido, o acordo era unicamente para salvar seu irmão.
Se não fosse pela urgência da doença do irmão, ela nunca cederia, não importava a pressão.
Felipe deu algumas instruções para Bruna e partiu.
No fim de semana seguinte, Ângela Alves foi para a empresa.
A diretora de design Kelly entregou a ela o novo plano de design da
temporada, “Leve isso para o Sr. Martins.”
O quê?
Ela deveria entregar?
Ângela Alves relutou internamente.
Ela e o chefe estavam mantendo um casamento e gravidez em segredo, a ideia era não se verem e manterem suas vidas normais, ela não queria se meter em problemas.
“Sou apenas uma assistente de design, não seria apropriado eu levar, né?”
“O que tem de inapropriado? Não foi você que fez o projeto? Vai logo, não perca tempo, temos uma reunião quando você voltar.” Kelly sorriu de forma sarcástica.
Ela estava fazendo isso de propósito. O episódio do elevador já era conhecido por toda a empresa.
Ela queria ver se Ângela Alves iria irritar o chefe ao ponto de ser demitida ou se ele começaria a vê–la com outros olhos.
Sem escolha, Ângela Alves foi, a contragosto, até o escritório do presidente.
“Sr. Martins, aqui está o novo plano de design do departamento, por favor, dê uma olhada.”
Felipe levantou a cabeça e a observou com um olhar tão frio quanto
sempre.
“Deixe ai ao lado.”
“Sim.” Ângela Alves sabia que ele também não queria vê–la, colocou o documento na mesa e se virou para sair.
Quando chegou à porta, uma tontura súbita a atingiu, ela escureceu a visão e instintivamente estendeu a mão para segurar o batente da
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porta, mas a mão escorregou e seu corpo caiu pesadamente para
trás…