Capítulo 496
Na mansão Martins, a matriarca estava sentada em frente à janela, desfrutando de um chá matinal tranquilo com seu neto.
Ela saboreou um pão de queijo e sorriu com ternura: “Nosso Nilo é ainda mais talentoso que o pal, ele faz um pão de queijo delicioso“.
Nilo curvou os lábios em um belo e discreto sorriso: “O aprendiz supera o mestre, não é mesmo?
Felipe se aproximou e deu um tapinha na cabeça do filho: “O mestre chegou, está na hora da sua aula na biblioteca.”
“Ah.” – Nilo terminou seu copo de leite, levantou–se e saiu.
Felpe sentou–se no sofa em frente à matriarca e serviu–se de uma xicara de café: “Mãe, faz tempo que você não visita sua familia, sente falta da vovó e dos seus tios?“.
A matriarca tomou um gole de seu cha preto e falou lentamente: “A nona década da vovó está chegando, você deveria visita–la.”
“Desta vez, eu o acompanharei.” – Felipe disse com despreocupação: “Ainda não conheço. todos os membros de sua familia. Já vi alguns tios, mas nunca conheci a tia pequena. Quando você fez sessenta anos, os tios vieram, mas por que não a tia?”
O sorriso da matriarca vacilou: “Ela se casou para fora da familia Valentim, não é mais considerada uma de nos, sua presença é indiferente.”
Felipe tomou um gole de café, prolongando a conversa: “Ele se casou tarde, não foi? Ouvi dizer que foi depois que eu nasci“.
A matriarca lançou–lhe um olhar profundo e sombrio: “Por que de repente você está tão interessado nela?
Ele serviu mais chá preto para ela: “Mamãe, deve haver coisas sobre a titia que a senhora não
me contou, certo?”
Ela estremeceu um pouco: “Você descobriu alguma coisa?“.
Ele perguntou calmamente: “Ela e meu pai têm um filho, não é?“.
Ela levantou a xícara e tomou um pequeno gole: “Esse filho, para a familia Martins, não existe.” ‘Mas ele e a tia pequena provavelmente não pensam assim.”
Um raio de sol matinal entrava pela janela e os olhos escuros de Felipe brilhavam com uma frieza penetrante.
Ele suspeitava que, depois do caso de sua tiazinha com o patriarca, ela não havia sido levada à força pela familia Valentim, mas sim expulsa pela mãe.
“Se não fosse por mim, os Valentines o teriam trazido de volta, permitido que ele reconhecesse seus ancestrais e o adotado em nome deles para se tornar o herdeiro legitimo e sucedê–lo nos negócios da familia, não é mesmo?”
Para uma familia poderosa, os interesses da linhagem são primordiais, acima de qualquer interesse pessoal.
Mesmo contra a vontade de sua mãe, mesmo que ela se ressentisse da tia e do filho, ela faria sacrifícios em prol dos interesses da familia.
Sua recusa em se divorciar, mantendo–se nesse casamento sombrio, também se devia à oposição da família Valentim.
Um casamento com os Martins era vantajoso para os Valentim, fortalecendo a influência da família no exterior. Como eles poderiam concordar com o divórcio e entregar uma posição de liderança de bandeja para outro?
As filhas dos Martins enfrentavam o mesmo destino: sem o consentimento da familia. o divórcio era proibido, independentemente da infelicidade. Caso contrário, seriam deserdadas e perderiam a proteção, tornando–se como órfãos.
A matriarca segurou a xícara com firmeza, sem dizer uma palavra por um longo tempo.
Felipe continuou: “A tia ficou tanto tempo sem se casar porque ainda tinha esperanças, sonhando em um dia trazer seu filho para a família Martin? A senhora tinha quatro filhas e nenhum filho, e havia a Fidélia sempre à espreita. Ela provavelmente estava impaciente. Se não fosse por sua intervenção, ela já teria voado para cá há muito tempo.
Ele tomou um gole de café e revelou um sorriso um pouco irônico: “Depois do meu.
nascimento, ela deve ter ficado profundamente decepcionada, uma decepção tão grande que. sem dúvida, gerou ressentimento, afetando seu próprio filho.