Capítulo 475
A empregada veio avisar: “Ângela chegou.”
Teoricamente. Vitória Martins tinha violado a lei e o correto seria chamar a polícia para lidar com a situação.
Mas Ângela sabia que a família Martins preferia resolver os assuntos de Vitória internamente, sem alarde, afinal, roupa suja se lava em casa.
“Mãe!” – Nilo correu até ela e a abraçou. Ainda bem que sua mãe era astuta e não permitiu. que a tia lhe causasse mal.
Ângela acariciou a cabeça do filho, fixando o olhar em Vitória Martins.
Vitória Martins também a encarou, com os olhos ardendo de raiva, como se ela própria fosse a vítima.
“Você veio para zombar de mim?“.
Ângela olhou para ela com calma: “Não quero zombar de ninguém. Só quero saber o que eu fiz para que você me odiasse tanto?”
“O ódio de uma mulher roubada não conhece limites!” – Vitória Martins rosnou com raiva.
“Roubada?” – Ângela soltou uma risada irônica: “Quando você ajudou Leila a dar em cima do meu marido, pensou nas consequências? Além do mais, Henrique nunca foi seu marido, vocês nem amigos eram, isso era só coisa da sua cabeça.”
Os cantos da boca de Vitória Martins se contorceram de raiva, como se uma abelha a tivesse picado, quase torcendo até a base de sua orelha.
“Você e Felipe não combinam, você não é digna dele. Leila é que é a mulher perfeita para ele, uma herdeira rica e o primeiro amor dele. Eles foram feitos um para o outro, você deveria se afastar e deixá–los ser felizes.”
Ângela ficou chocada!
Essa era a primeira vez que ela encontrava alguém tão hipócrita.‘
Sua visão de mundo estava destruída.
Felipe franziu o cenho ligeiramente, e seus olhos gelados se tornaram mais intimidadores: “Se sou ou não digno dela, sou eu quem decide, e não cabe a você opinar. Ângela não vai ficar com Henrique, mas ele sempre terá outras mulheres. Os homens odeiam mulheres que não se tocam, e você, agindo assim, só o afasta ainda mais.”
Vitória Martins bufou: “Se ele não se casar comigo, não vai casar com mais ninguém. Com quem ele ficar, eu destruirei.”
Desde pequena, tudo o que ela queria tinha que ter, fosse uma coisa ou uma pessoa.
Capitulo 475
Essa era a única maneira de encontrar satisfação e equilibrio mental.
A matriarca bateu na mesa: “Você acha que a família Dias é fraca? Se fizer qualquer outra coisa imprópria, a família Martins não a protegerá mais. Prepare–se para se defender sozinho“.
Felipe deu um sorriso frio e ameaçador: “Na verdade, seria bom se ela passasse alguns anos em uma instituição de reabilitação. Até lá, o Henrique já terá se casado e tido filhos, e ela terá desistido de vez e poderá voltar a ter uma vida decente.”
Vitória Martins estremeceu: “Felipe, eu sou sua irmã, você não pode fazer isso comigo!”
O olhar de Felipe se endureceu ainda mais: “Se você tocar em Ângela novamente, não será mais minha irmã.”
A matriarca tomou um gole de chá e olhou para Ângela.
“Você é a vítima. Se vamos enviá–la para reabilitação ou puni–la segundo as regras da família Martins, a decisão é sua.”
O rosto de Vitória Martins empalideceu: “Ela nem é mais parte da família Martins, por que ela decide?”
Ângela via claramente que Vitória não sentia nenhum remorso ou intenção de se redimir.
Mas ela não podia ofender a matriarca, Nilo ainda precisava da proteção dela.
Ela encarou Vitória Martins com uma voz fria: “Eu não vou perdoar, mas estou disposta a lhe dar uma chance. Não vou levar isso adiante, espero que você aprenda com isso“.
Depois de se despedir respeitosamente, ela fez um gesto para a matriarca e saiu.
A anciã observou sua silhueta se afastar e pareceu ver em suas feições a elegância que ela mesma havia demonstrado em sua juventude, generosidade sem fraqueza.
Vitória Martins cuspiu no chão com desprezo: “Quem você pensa que é para me perdoar?”
A expressão da matriarca endureceu de repente: “Se você tivesse metade do valor de Ângela, Henrique nem teria te descartado. A culpa é minha por ter te deixado ficar tão insolente.”
Ela ordenou à empregada que levasse Vitória Martins para ser punida segundo as regras da casa.
Sem sentir o amargo da chibata, ela jamais aprenderia a lição.