Capítulo 435
“Você deveria saber que peguei uma superbactéria da Amazônia, né?”
Quando a mãe estava no hospital, era Felipe quem cuidava de tudo. Portanto, ele não poderia desconhecer a sua condição.
O coração de Felipe deu uma leve tremida, mas seu rosto manteve–se sereno. “O que você quer dizer?”
Ela queria contar a ele que Leila a tinha envenenado, fazendo–a contrair a letal superbactéria.
Mas as palavras morreram em sua garganta.
Ele acreditaria nela?
Leila era sua queridinha, sempre vista por ele como pura e bondosa.
A não ser que ela trouxesse provas concretas que colocassem Leila em uma situação indefensável ele certamente pensaria que ela estava apenas tentando difamar a outra.
Ela só podia fazer insinuações.
“Como eu poderia ter pegado uma bactéria da Amazônia estando na Cidade Mar? Só pode ter sido alguém querendo me prejudicar, me envenenando, não é?”
Felipe não esboçou reação, apenas seus olhos revelavam uma profundidade abismal, como um poço antigo e insondável. “Quem você acha que é?”
“E você, o que acha? Se eu morresse, quem se beneficiaria mais?” Ela devolveu a pergunta.
Felipe a observava intensamente.
Ele sabia o que ela queria dizer; ela já estava suspeitando de Leila, mas provavelmente ainda não sabia da história com o antibiótico, ou não estaria tão calma.
“Vou esclarecer isso, não precisa se preocupar.”
A frieza e a calma de Felipe dilaceravam o coração de Ângela Alves.*
De repente, ela pensou numa pergunta: ele deveria ser a primeira pessoa, além do médico, al saber que ela estava infectada com a superbactéria.
Ele nunca suspeitou de Leila? Continuava envolvido com ela?
Ele a amava assim tanto, a ponto de confiar cegamente?
“Minha vida não significa nada para você, não é? Você não se importa.”
A dor intensa invadiu seus olhos, tingindo–os de vermelho, enquanto as lágrimas escorriam. incontroláveis.
“Não importa, afinal, não temos mais nada um com o outro. Vou descobrir a verdade por conta própria, não ficarei parada esperando a morte, deixando o criminoso sair impune.”
Ela
la enxugou as lágrimas com firmeza e se virou para ir embora, mas foi puxada por ele. barrando–a diante da porta.
“O que você vai fazer, agir impulsivamente como fez há três anos?”
“Não é da sua conta!”
Ela estava furiosa, empurrando–o, tentando se libertar de seu aperto, mas ele não a soltou; em vez disso, a puxou para seus braços, abraçando–a fortemente.
A racionalidade dele havia sido derrubada por ela, a calma fingida, despedaçada, deixando–o em completa desordem.
“Você não vai fazer nada, a única coisa que precisa fazer é se proteger, entendeu? Lembrou?”
Ele quase gritava, e sua voz doía nos ouvidos dela, estilhaçando seu coração.
Ela segurou sua roupa com força, fixando o olhar nele, sem querer perder nenhum traço sutil de sua reação.
Embora ele tivesse um rosto inexpressivo como o de uma estátua de gelo, frio o suficiente para congelar qualquer expressão, ela, que convivera tanto tempo com ele, ainda podia perceber as minimas ondas de emoção.
“Me diga, você também suspeita dela? Me diga, por que se divorciar de mim para se casar com ela?”
“Angela Alves!” Ele segurou seu rosto marcado pelas lágrimas, tão perto que podia ver claramente a sombra da dor vagando em seus olhos, e seu coração se partiu.
“Não importa o que eu esteja fazendo, você só precisa lembrar de uma coisa: nunca irei quebrar as promessas que fiz para você, vou manter minha palavra. O resto, não pergunte. não se intrometa e não corra riscos. Cuide–se bem.”
Apenas se ela estivesse segura, ele poderia seguir em frente com seus planos.
Ângela Alves estava confusa como as ondas do mar, não entendendo suas palavras, sentindo–se mentalmente exaurida, sabendo apenas que ele devia estar escondendo algo dela.
