Capítulo 372
Lisa virou a cabeça e olhou para o mar, onde Ângela Alves estava correndo atrás das ondas.
Felipe a observava com olhos cheios de afeto.
“Faz tempo que não vou à praia“, disse ela com um leve sorriso: “Se fosse verão, poderíamos mergulhar no mar.”
Suas pernas agora estavam totalmente recuperadas, permitindo que ela nadasse com a liberdade de um peixe.
Felipe, com seus lábios finos, esboçou um sorriso encantador: “Quando chegar o verão, levarei você e as crianças em um passeio de barco, para que possam aproveitar.”
Ângela Alves lançou um olhar na direção das crianças e não viu Galeno. Supôs que ele tinha ido embora com Elton, já que Elton também não estava no seu lugar.
Galeno era o xodó da família; com ele ao lado de Elton, estava convencido de que a tristeza dele logo ia embora.
Ela desviou o olhar e avistou Lisa.
Lisa também estava encarando–a, e, por um instante, seus olhares se cruzaram no ar antes de se desviarem rapidamente.
Lá no fundo, Ângela Alves torcia para que Elton e Lisa formassem um casal feliz e apaixonado. Se ela e Elton não estavam destinados a ficarem juntos, esperava que Elton encontrasse uma esposa simples e sincera, com quem pudesse ter uma família feliz e completa.
Mas parecia que aquele casamento estava cheio de intrigas.
Intrigas que poderiam não apenas magoar Elton, mas também ameaçar Felipe.
Ela não podia apenas ficar de braços cruzados.
Felipe era o pai de seus filhos; se algo acontecesse com ele, seus filhos seriam os próximos
alvos.
Ela não permitiria que ninguém machucasse seu filho, mesmo que isso lhe custasse a própria vida, ela tinha que garantir que Enzo Alves estivesse seguro!
“Fidélia deve ter seus próprios interesses em querer que Elton se case com Lisa, talvez esteja de olho no poder da família Santiago, né?” – ela especulou.
Felipe ergueu a mão e afagou sua cabeça: “Não se preocupe, ela não vai causar muitos problemas.”
Os olhos de Ângela Alves escureceram aos poucos: “Só temo que ela não esteja agindo sozinha e que tenha comparsas.”
Capitulo 372
Essas palavras foram como uma flecha que atingiu o alvo.
Felipe também pensou nisso, seus homens estavam observando cuidadosamente cada movimento de Fidélia e Eloisa.
“Lembrem–se, além de mim, não confiem em mais ninguém“.
Ela era seu ponto fraco: somente com sua segurança ele poderia se concentrar em eliminar os ratos escondidos nos esgotos, um a um, para evitar problemas futuros.
Ângela Alves sorriu ironicamente: “Fique tranquilo, não serei um fardo“.
Aprender com os erros é um sinal de sabedoria, e ela não seria tão impulsiva quanto havia sido três anos atrás.
Na praia, muitos olhares estavam voltados para elas.
Odineia, com inveja, queria ser a mulher nos braços daquele homem.
“Irmã, já que Ângela Alves é tão insuportável, devemos encontrar uma maneira de fazê–la desaparecer.”
“Este é o território da familia Martins, não aja sem pensar” – Lisa advertiu.
Odineia fez um bico: “Você é muito covarde. Se fosse eu, não deixaria aquela mulher pisar em cima de mim.”
Lisa falou baixinho: “Na praia, há inúmeros seguranças da família Martins. Até uma mosca passando eles poderiam detectar.”
Odineia olhou ao redor e se calou. Se estivessem em Mianmar, ela já teria mandado alguém acabar com Ângela Alves, e assim Felipe seria só dela.
Quando a noite caiu, música suave começou a tocar na praia.
Vasco chegou acompanhado de Luzia. Por suas duas filhas, eles mantinham uma harmonia superficial, tratando–se com respeito mútuo.
Ele chamou Felipe e Elton, e a família se reuniu no restaurante ao ar livre à beira–mar para
jantar.
Luzia convidou Lisa e até a sentou ao lado de Elton.
Apesar do desgosto de Elton, ele se conteve por consideração à cunhada.
Ele cortou em pedaços o abalone do prato de Galeno.
Felipe deixou que o filho se defendesse sozinho, cortasse sua própria carne e comesse sem ajuda.
Nilo, desde que tinha um ano de idade, sempre foi extremamente independente, não precisando que o pai se preocupasse com nada.
