Capítulo 243
Foi como se uma bomba atômica explodisse na mente de Felipe, fazendo com que cada célula cerebral convulsionasse, cada nervo se contorcesse. Um terremoto de magnitude doze sacudiu seu coração, criando ondas de choque de pânico e terror.
“É tão apaixonada por ele assim?” A voz de Felipe tremia ligeiramente, abalada pelo choque. Angela engoliu em seco. Seu olhar carregava um frio distante, além de uma calma atípica, “Elton e eu nunca tivemos um relacionamento de verdade, amor mesmo está fora de questão. Apesar de nosso casamento ser apenas um contrato, tenho meus princípios morais. Eu não trairia você, não ficaria com outra pessoa às suas costas. Eu e Elton ainda somos amigos. Depois do divórcio, quando eu estiver solteira, talvez tente algo com ele.”
Na verdade, ela também não sabia o que era se apaixonar de verdade. O que tinha certeza era que nunca desperdiçaria seus sentimentos com a pessoa errada – isso seria masoquismo!
Felipe suspirou profundamente, como se tivesse sobrevivido a um cataclismo.
Levantando–se, voltou à sua mesa, pegou o copo de água e bebeu todo o seu conteúdo de uma vez, tentando acalmar a turbulência emocional.
Ele não entendia por que, naquele momento, sentia tanto nervosismo, tanto medo de que ela se apaixonasse por Elton.
Mas estava convencido de que isso nada tinha a ver com sentimentos. Ele não poderia gostar dessa mulher manipuladora e astuta. Devia ser apenas possessividade, afinal, eles compartilhavam um mesmo documento.
“Vou te mostrar que Elton não é o par ideal para você.”
Ela riu com desdém. “Só quem calça o sapato sabe se ele aperta. E ainda acho que Tina seria uma primeira–dama melhor que Helena. Ainda assim, você dispensou Tina para se casar com Helena, não foi?”
Os olhos de Felipe se estreitaram levemente, sua íris escurecendo como se manchada por tinta espessa.
“Você ainda está defendendo a Tina?”
“Embora você não tenha se casado com Tina, para mim, ela é a legítima, e Helena não passa de uma intrusa.”
Ângela revirou os olhos. Toda vez que pensava em como ele quebrou sua promessa e ia ter um filho com Helena, sentia uma onda de ressentimento crescer dentro dela.No futuro, com os próprios filhos de Helena, eles veriam os dela como espinhos nos olhos, ansiosos para se livrar deles!
Felipe ficou sem palavras, duvidando que ela tivesse saido de casa com o cérebro, “E você,
o que seria?”
Angela também não sabia o que era.
Talvez apenas um recipiente para a sua semente!
“Não importa o que eu seja, Helena é a outra, isso é fato. E você é um traidor
As últimas palavras sairam quase sem que ela percebesse.
Felipe sentiu como se um caldeirão de acusações injustas caisse sobre sua cabeça, deixando–o ofegante!
Ele sempre se manteve puro e integro, até mesmo seu primeiro beijo havia sido com ela, e ainda assim ela o chamava de traidor?
Correndo até a geladeira, pegou uma garrafa de água mineral gelada, abriu–a e bebeu um grande gole para se acalmar!
Ele não queria explicar, não precisava justificar–se para essa pessoa insignificante, ele não se importava com ela!
Mas havia algo irritantemente preso em sua garganta, uma sensação terrivelmente desconfortável, inquietação!
Tomou outro gole de água, guardando as emoções que não deveriam existir, e com um leve traço de escárnio no rosto, disse, “Helena tem suas qualidades, ao contrário de você, que só tem veneno!”
Angela sentiu como se recebesse um golpe devastador em sua alma, uma dor aguda e persistente.
Era só a droga do filtro da paixão!
Mesmo se Helena fosse a pior pessoa do mundo, aos olhos dele, ela pareceria um anjo inocente e encantador!
“Sei que você não me valoriza, e nunca tive ilusões a seu respeito. Só espero que, após o divórcio, possamos seguir nossos caminhos separadamente, em paz.”
Os lábios de Felipe se apertaram.
Por alguma razão, ele detestava a palavra “divórcio“, mas ela insistia em repeti–la, incessantemente!
Suas sobrancelhas se contraíram, seus olhos faiscando com fúria incontrolável. Colocando a garrafa de água de lado, ele avançou sobre ela como um tornado, segurou sua cabeçal contra o encosto do sofá e a beijou violentamente.
Ele queria silenciar aquela boca irritante, queria puni–la!