Capítulo 21
Angela Alves se encolheu, sentindo o homem emanando um frio intenso, seu olhar capaz de congelá–la.
“Senhor Martins, eu jamais ousaria desafiá–lo, estou apenas seguindo nosso acordo. Assim que eu der à luz e entregar o bebê para você, estaremos quites, não é mesmo? O resto é minha liberdade pessoal.”
Felipe respirou fundo: “Você ainda tem fantasias com Elton, não é?”
Ângela Alves balançou a cabeça rapidamente, como um chocalho: “Fique tranquilo, eu não tenho ilusões sobre nobres como vocês. Depois, eu vou casar com alguém do meu nível social, sem subir ou descer na escala!”
As sobrancelhas de Felipe se ergueram levemente, revelando um olhar
zombeteiro.
Quem foi que se jogou em seus braços antes, tentando seduzi–lo de todas as formas possíveis?
Com sua natureza gananciosa, é impossível que ela não queira se
elevar socialmente!
“Não importa quais são suas intenções, você deve se manter afastada. de qualquer pessoa da Família Martins.”
Era uma ordem que deveria ser obedecida sem questionamentos.
Mas Ângela Alves possuía um espírito rebelde que não temia
autoridades.
No entanto, ela não era tola a ponto de confrontar diretamente.
Ela era um ovo, e ele, um diamante; um confronto seria impossível.
“Eu entendo o que você quer dizer, um casamento e uma gravidez em segredo, para que ninguém saiba. Fique tranquilo, vou guardar segredo, nunca vou revelar uma palavra a ninguém. Se chegar a um
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ponto em que não consigo mais esconder minha barriga, vou inventar um pai falso para a criança, ninguém vai pensar que é sua.”
Felipe engoliu em seco, que raio de conversa era essa?
A linhagem da criança era indiscutível.
“Deixe que eu cuide dos próximos passos. Não tente ser mais esperta
do que é.”
Ângela Alves fez uma careta. “Sr.
Martins, você deveria passar mais tempo cuidando da sua noiva, acalmando–a. Ela é a única que sabe, contanto que ela pare de suspeitar e me causar problemas, por que alguém iria suspeitar que uma mulher solteira como eu está grávida?”
Felipe olhou para ela com um olhar sombrio, profundo e indecifrável.
“Tina, eu vou lidar com isso, o que você deve fazer é lembrar–se do meu
aviso.”
Ângela Alves já tinha deixado suas palavras entrarem por um ouvido e saírem pelo outro.
Ela tinha o direito de fazer amigos, e ele não tinha controle sobre isso!
“Estou cansada, vou para casa descansar.”
Ela se curvou, escapando de seu abraço e deslizando para fora.
Na manhã seguinte, Ângela Alves recebeu uma ligação de sua mãe. Seu irmão havia sofrido danos no fígado devido a efeitos colaterais de medicamentos e precisava de tratamento hepático. Ela pediu que Ângela enviasse mais cem mil reais.
Relutantemente, elá retirou o dinheiro de sua conta.
Ao chegar na empresa, recebeu uma notificação do departamento de Recursos Humanos.
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Ela havia sido promovida a gerente do departamento de design, no mesmo nível que Kelly.
Essa boa notícia a pegou de surpresa; ela pensou que o chefe a rebaixaria por ter mentido, mas em vez disso, ela foi promovida.
No escritório, Kelly era naturalmente a mais insatisfeita.
Assim que Ângela Alves sentou–se, Kelly começou com suas insinuações: “Ângela Alves, naquele dia você perdeu tanto sangue, todos pensaram que você tinha abortado, não é?”
Ângela Alves percebeu imediatamente que ela estava tentando criar problemas e deu um sorriso irônico: “Eu, uma moça solteira, flutuando por aí, como é que eu poderia ter tido um aborto? Nos dias de hoje, alguém soltar um boato é fácil, mas desmentir já é um pouco mais
difícil.”
O canto da boca de Kelly tremeu: “Eu estava apenas brincando, não leve a mal. Parabéns pela promoção, quem diria que você tem uma relação tão boa com o patrão, no dia da festa você foi o centro das atenções.”
Ela estava claramente insinuando que Ângela tinha um caso com o chefe, e que foi assim que conseguiu a posição de gerente.
As sobrancelhas de Ângela Alves se franziram, e ela ficou séria: “Naquele dia eu me machuquei, e graças a Deus o patrão me salvou, senão minha perna estaria arruinada. O patrão trata os funcionários como família, quando estamos em dificuldades, ele oferece ajudal humanitária. Não deveríamos ser gratos e felizes por termos um patrão tão bom?”
Ela enfatizou suas palavras: “Mas sempre tem alguém com a mente sombria e intenções ruins, espalhando mentiras e calúnias por trás. Vocês não se sentem mal com isso?”
Ela elevou a voz intencionalmente, fazendo com que não apenas o departamento de design, mas também os outros departamentos
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Capitulo 21
ouvissem.
Era exatamente esse o efeito desejado, desmentir boatos é melhor feito ao encará–los corajosamente, despedaçá–los. Quanto mais
tentamos esconder, mais suspeitas surgem.
Kelly sentia o rosto alternar entre tons de verde e branco, rangendo os dentes em segredo.
Ela estava curiosa para ver por quanto tempo ainda poderia se gabar.
Rapidamente, Kevin levou a novidade até Felipe.
“Parece que a Sra. Alves lidou muito bem com os rumores a respeito
de vocês dois.”
Felipe esboçou um leve sorriso no canto dos lábios.
Ele conhecia bem a lábia de Ângela Alves.
Ela poderia facilmente estar no topo das ligas.
Com a voz baixa, Kevin adicionou: “Esta manhã, a Sra. Alves retirou cem mil da conta bancária.”
O sorriso nos lábios de Felipe brevemente se endureceu, transformando–se em um esgar de escárnio.
Segundo Bruna, a mulher astuta era muito econômica, nunca saía para fazer compras, e quando comprava algo, era pela Shopee.
Para onde estariam indo duzentos mil por mês?
Será que ela estava secretamente transferindo para sua própria conta? Além de avarenta, seria também uma pão–duro?
Capítulo 22
Assim que terminou o expediente, Ângela Alves saiu apressada, pronta para almoçar no refeitório dos funcionários no andar de baixo.
Ultimamente, estava sempre com fome, provavelmente um dos sintomas da gravidez.
Logo ao chegar na recepção, deparou–se com a última pessoa que gostaria de ver – Tina.
Ela originalmente estava procurando por Felipe, mas foi barrada pela secretária.
Ela estava cheia de ressentimento e precisava desabafar.
Ângela Alves foi o alvo perfeito.
Ela pensou que Felipe a demitiria, mas, para sua surpresa, ele até a
promoveu!
A única opção de Ângela Alves era evitar Tina a todo custo e sair de fininho, mas a outra não estava disposta a deixá–la escapar e correu até ela, bloqueando seu caminho: “Você, vem comigo.”
Olhares curiosos da recepção acompanharam a cena, e Ângela Alves se sentiu extremamente frustrada, tendo trabalhado duro pela manhã para desfazer as fofocas, não podia se dar ao luxo de se envolver em
mais confusões.
Elas chegaram ao jardim suspenso.
Tina resmungou: “Espero que você saiba o seu lugar, sapos jamais alcançarão a carne de cisne.”
Ângela Alves fez o possível para manter a calma, com um sorriso no rosto e uma voz tranquila, sem se rebaixar: “Sra. Silva, os cisnes são animais protegidos de nível nacional, não podemos comê–los.”
Tina ficou momentaneamente calada, lançando–lhe um olhar furioso:
“Chamei você aqui para te lembrar que você teve sorte de abortar a criança. Se não, certamente seria forçada a deixar o país e morrer em terras estrangeiras.”
Angela Alves ficou surpresa: “O que você quer dizer?”
Tina sorriu de forma misteriosa: “Na família Martins, se uma amante sem status engravidar, ela é enviada para fora do país. Após o parto, a criança é levada pela família Martins, e a mãe é deixada para trás, sozinha e desamparada. Quando o filho ilegítimo atinge a maioridade aos dezoito anos, a mãe, já envelhecida e desgastada, é permitida a retornar ao país, mas muitas não vivem o suficiente para ver esse dia.” Ângela Alves não conseguia discernir se as palavras de Tina eram verdadeiras ou falsas, e uma inquietação cresceu dentro dela.
Felipe não tinha lhe contado sobre os planos futuros.
Será que ele escondeu a verdade com medo de sua reação?
Ela respirou fundo para aliviar a tensão, para não dar pistas.
“Sra. Silva, eu já abortei a criança. Só quero voltar a ter uma vida tranquila como antes. Podemos virar essa página em relação ao que aconteceu antes? Acredito que o Sr. Martins também não queira mais
falar sobre isso.”
O olhar sinistro de Tina passou pela barriga ainda plana de Ângela Alves: “Se você se atrever a me enganar e manter a criança escondida, prepare–se para ser levada para fora do país e morrer de rancor.”
Tina se virou e saiu.
O coração de Ângela Alves se apertou e, num instante, até seu apetite. desapareceu.
Ela foi para o refeitório e pediu a refeição mais barata disponível para os funcionários.
Enquanto comia, percebeu um silêncio estranho ao seu redor – todos