Capítulo 10
Ângela Alves sentia o coração disparar toda vez que a via.
Aquela mulher era encrenca na certa. Não teria apunhalado Ângela pelas costas se não fosse.
“Sra. Silva, a senhora conhece minha prima de segundo grau, não é? Eu fiz uma cirurgia e preciso me recuperar. Ela veio para cuidar de mim.”
Ela sorria, esforçando–se para manter a calma.
Bruna, ao lado, acenava com a cabeça, corroborando sua farsa. “Ângela trabalha sozinha em Cidade Mar, a mãe dela fica preocupada e sempre me liga pedindo para cuidar dela.”
Que coincidência, não?
Tina olhou para Ângela Alves com desconfiança. “Eu te aviso, fique longe do Felipe. Se você tentar seduzi–lo, eu te desmonto peça por peça.”
Ângela Alves respirou fundo, assustada. Ela estava sendo vista como
rival amorosa?
Ela estava sendo superestimada.
“Sra. Silva, acho que está havendo algum mal–entendido. Eu fico bem longe do Sr. Martins. Vejo ele de longe só uma vez por ano, nunca teremos nada, pode ficar tranquila.” Ela não queria ficar ali nem mais um minuto e se apressou para o caixa, acompanhada por Bruna.
Tina observava sua silhueta se afastando, com um olhar sombrio.
Ela ficava cada vez mais inquieta. O bebê realmente tinha sido
abortado?
Será que era uma mentira?
Chegando em casa, Angela Alves finalmente respirou aliviada.
Quando abriu a porta, uma figura alta e imponente a surpreendeu.
Ela se assustou pela segunda vez!
“Sr… Sr. Martins, o que faz aqui?”
Era a primeira vez que o chefe aparecia desde que ela se mudara para
o apartamento.
“Apenas de passagem.”
Felipe respondeu secamente, como se nada tivesse acontecido.
Ele veio para uma inspeção de rotina, para garantir que não houvesse riscos para a criança..
“Entendi.” Ângela Alves respondeu, serviu–se de um copo de água e sentou–se no sofá para beber, tentando aliviar o desconforto de vê–lo.
Bruna contou sobre o encontro com Tina no supermercado.
Ângela Alves, preocupada que ele ficasse chateado, apressou–se em dizer: “Sr. Martins, não se preocupe. Eu disse que Bruna era minha prima de segundo grau e enganei a Sra. Silva sem que ela suspeitasse.”
Felipe franziu a testa ligeiramente. Na verdade, ele não se preocupava com as artimanhas de Tina, mas sim com outras pessoas.
“De agora em diante, me avise imediatamente sobre qualquer coisa que acontecer.”
“Sim.” Ângela Alves concordou com a cabeça.
Havia algo que ela précisava relatar a ele.
Ela tinha planejado mandar uma mensagem pelo WhatsApp mais tarde, mas já que ele estava ali, melhor falar pessoalmente.
“Sr. Martins, retirei cem mil da conta esta tarde. Pode ficar tranquilo,
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pagarei esse valor e os cinquenta mil anteriores em parcelas.”
Felipe sorriu ironicamente.
Que joguinho era esse agora?
Ele sabia que essa mulher não só era astuta, mas também cheia de
truques.
“Isso é sua mesada. Não precisa me informar. O que você precisa fazer é se comportar.”
Ângela Alves imediatamente se lembrou do beijo acidental que tinham compartilhado e sentiu o rosto queimar. Pegou o copo e bebeu água freneticamente.
“Eu sou uma pessoa honesta e inofensiva. Muito comportada.”
Se é claro que ela está mentindo!
O desprezo nos olhos de Felipe se intensificou junto com o escárnio.
Ela sabia como fingir, mas havia escolhido a pessoa errada. Ele podia ver através dela com facilidade.
“Seja esperta e viverá mais. Tenha cuidado.”
Nossa, ela era mais inocente que uma folha em branco, onde estava a
astúcia?
Era apenas o preconceito e arrogância de alguém no topo da pirâmide social.
Ângela Alves não se deu ao trabalho de argumentar.
Deixe–o pensar o que quiser, afinal, em breve… não teriam mais nada a
ver um com o outro.
“Sr. Martins, pode ficar tranquilo, prometo que ficarei quieta todos os
dias.”
Ela se levantou e foi para o quarto, precisava de um banho e de uma
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boa refeição, não deixaria que alguém estragasse seu humor.
Felipe, encostado no sofá, bebeu um gole de chá e, vendo que já estava tarde, também se preparou para sair.
De repente, um grito agudo veio do banheiro..
“Ah!”
Ele saltou como um tornado em direção ao banheiro…