Capítulo 0069
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Eu não tenho medo de nada apertou mais o seu pulso, demonstrando o quanto aquilo lhe deixou nervoso. – Eu já te falei que essas coisas de sentimentos são uma perda de tempo.
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Não devia pensar assim, só porque alguém um dia fez algo que machucou o seu coração.
Está passando dos limites – a alertou.
– Por que tem medo de assumir a realidade? Vai deixar mesmo de acreditar no amor só porque uma pessoa não foi boa o suficiente para corresponder as suas expectativas?
Pare de falar, como se você soubesse do que aconteceu.
– Não foi você mesmo que disse que ficou comigo para me mostrar existirem outras pessoas no mundo? Eu te digo o mesmo, Ethan Smith, há outras mulheres e homens no mundo, não precisa fingir que não sente as coisas, só por medo do que aconteceu com você no passado.
Você não sabe de nada!
Saiu de cima dela, sentando–se no chão e se escorando na parede, abaixando a cabeça, parecendo pensar nas coisas.
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Ethan, por favor, sai desse chão frio e vem para a cama – pediu, se aproximando dele.
Me deixa aqui.
Não posso te deixar aqui, não quero que adoeça.
– Para de fingir que está preocupada comigo
ele disse.
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Mas não estou fingindo – respondeu, se ajoelhando perto dele.
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Não quero te ver assim.
Ele levantou a cabeça e a encarou. Aproveitando a oportunidade, ela estendeu a mão e o
auxiliou a se levantar e ir até a cama.
Ethan se deitou e ela o cobriu com o edredom. Andando até o apagador, apagou as luzes do quarto e foi para a cama. Estava tudo escuro e em silêncio. Aquela era apenas a primeira noite dos dois ali e as coisas já estavam daquele jeito, o que aconteceria nos próximos dias?
Tentando fechar os olhos para dormir, sentiu um braço passando em volta da sua cintura.
Ethan… – o advertiu.
-Eu não vou fazer nada
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respondeu.
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Me desculpa por mais cedo pediu.
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estranhou o pedido de desculpas.
O que está acontecendo com você?
Eu não sei.
Não devia beber desse jeito enquanto estiver aqui.
Está me ensinando como devo me comportar?
Não, claro que não – respondeu rapidamente.
Novamente, o silêncio tomou conta, mas como estava sendo abraçada por ele, sentia conseguiria dormir.
que não
– Por que me trouxe? – resolveu perguntar. A minha presença não é necessária, devia ter
trazido a sua namorada.
-Eu a trouxe, porque acho que as coisas são mais divertidas com você.
Como assim? – o questionou.
Gosto da sua presença, Rafaela, gosto do seu cheiro, da sua voz orelha. – Gosto de você.
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aproximou a boca de sua
– Pare com isso – tentou se afastar. — Já te falei que entre nós, nada mais acontecerá.
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-Por que não? Estamos tão longe de casa. Não precisa se preocupar que alguém nos veja aqui.
-Não é apenas com isso que me importo. A minha consciência diz que isso não é certo, ainda mais agora, que conheci a sua namorada, e sei do sentimento que ela tem por você.
Vamos fazer um acordo? – ele propôs.
–
– Do que está falando? — Se virou para ele.
Mesmo que estivesse escuro, sentia a proximidade dos dois. Não podia negar que a presença de Ethan the causava sensações que nunca sentiu antes, e por mais que quisesse se segurar, estar perto dele lhe tirava toda a linha de raciocínio.
– Vamos fazer dos dois dias restantes que ainda temos, e aproveitar a companhia do outro. Sei que sente atração por mim, eu me sinto muito atraído por você.
-Nem inventa. Não cairei na sua ideia.
– É só esses dois dias. Se depois que voltarmos, não quiser mais nada, eu respeitarei a sua decisão. Prometo que não tentarei mais nada e a tratarei apenas como a minha secretária.
Ela sabia que não deveria aceitar aquilo, que a proposta dele era totalmente contra as suas convicções, e que ficar com um cara que tinha compromisso era errado.
Mas então, por que não respondeu coisa alguma? Nem se opôs, mesmo quando ele se aproximou e começou procurar por seus lábios, numa sede insaciável por querer beijá–la?