Capítulo 0183
Sair daquele restaurante foi um alívio, pois não conseguia olhar para a cara de Ethan e não sentir raiva do que ele havia acabado de insinuar.
Como pode acreditar que ele estava realmente mudando de atitude?
Enquanto andava pela calçada, se julgava por ser idiota ao pensar que estava
quase deixando acreditar na sua mudança repentina.
―
Quero que você se dane, Ethan Smith
praguejava pela rua, enquanto
procurava por um táxi.
Estava se sentindo tão desapontada com o que acabou de acontecer. Enquanto pensava na possibilidade de se aproximar dele para que convivesse com a filha, ele estava se aproximando porque queria sexo.
Eu o odeio, o odeio!
Bufava nervosa, por não haver nenhum táxi por ali.
Um carro parou ao seu lado, chamando a sua atenção.
– Entra!
Ethan disse.
Não vou entrar aí. Irei voltar para a empresa sozinha de caminhar.
respondeu, sem parar
Sua real vontade naquele momento era ir para casa e nunca mais ver Ethan Smith em sua vida, mas como havia passado tantos meses longe do trabalho, não poderia se dar àquele luxo.
Entra logo, Rafaela, preciso falar com você.
Já disse que não vou.
Ignorando Ethan, virou uma rua contrária, ao ver a placa de contramão para
carros.
Deixando–o para trás, se animou quando viu um táxi vindo em sua direção. Rapidamente, acenou para o carro parar. Entrando no carro, pediu que a deixasse na imobiliária.
Olhando o relógio quando chegou à empresa, aproveitou que ainda havia alguns minutos sobrando. Então passou na cafeteria que havia ao lado, para comer alguma coisa, já que seu almoço havia sido cruelmente cancelado.
Após comer, sentiu–se nervosa ao se lembrar de que teria que voltar ao trabalho e
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Ao chegar em sua mesa, avistou o vaso com as flores que havia ganhado mais cedo. Mesmo que houvesse achado aquelas flores lindas e sabendo que elas não tinham culpa de nada, as jogou no lixo, não querendo nada que a fizesse se lembrar de Ethan.
Passados alguns minutos, o elevador se abriu e viu Ethan sair dele. Ele caminhava no corredor de cabeça erguida, com cara de poucos amigos.
Quando se aproximou da mesa, viu as flores jogadas no lixo. Sem dizer nenhuma palavra, se abaixou próximo à lixeira e as recolheu novamente. Lançando um olhar de soslaio, passou por ela, sem dizer nada, levando as flores diretamente para dentro do seu escritório.
Agradecendo mentalmente pelo que ele fez, voltou a trabalhar.
Enquanto teclava no computador, sentiu um peso na consciência, ao perceber que os seus planos não dariam certo. Não havia nada que pudesse ser feito, já que ele havia deixado bem claro o real motivo de toda a sua boa vontade e aproximação amigável.
Sentindo que seus planos foram lançados e pisoteados no chão, sentiu vontade de chorar.
Quando estava quase na hora de ir para casa, o telefone de sua mesa tocou.
Venha até a minha sala.
Se lamentou ao perceber que teria que vê–lo, mesmo torcendo para que aquilo não acontecesse naquele dia.
Entrando no escritório do chefe, surpreendeu–se ao ver as flores que havia jogado no lixo em cima de sua mesa.
Não era ele, o alérgico às flores?
Se perguntava, enquanto ele a observava com cara de dúvida.
Eu nunca tive alergia a flores disse ele, imaginando o que ela estava pensando.
Então, por que…
motivo dele mentir.
Parou de falar, sentindo que não deveria perguntar o
Eu só não gostava de vê–las, porque elas me lembravam alguém – respondeu. Pensei que, caso não as visse, nem sentisse o seu perfume, eu a esqueceria, mas não foi o bastante.
O que te fez mudar de ideia?
Você
respondeu.
– Eu?
perguntou confusa.
Tomou coragem e perguntou.
Você está me fazendo gostar de coisas de que eu não gostava antes. Assim, achei que funcionaria com as flores também.
Rafaela ficou em silêncio, espe