Capitulo 70
Liliane se apressou a parar de falar, ao se virar para olhar para trás, onde estava o homers segurando pequenas margaridas brancas.
– Dr. Carlos? Disse Liliane, incerta.
Ela se levantou com surpresa. Parecia que fazia um tempo desde que viu Carlos.
Seus traços eram banhados por uma luz suave, tornando ele elegante e gentil.
– Vi você quando subia, percebi que estava falando com a Sra. Fátima e preferi não interromper. – Disse Carlos, sorrindo.
Liliane se sentiu um pouco constrangida, sem ter certeza se ele ouviu o que ela disse
antes.
– Obrigada por vir visitar minha mãe. Disse Liliane, mudando de assunto.
–
Carlos colocou as flores diante do túmulo.
Você não tem cuidado de si mesma ultimamente. Disse Carlos, com uma voz
clara, suave e com convicção.
– Estive ocupada no trabalho ultimamente. Respondeu Liliane, baixando os olhos.
Você precisa considerar o bebê, especialmente nos primeiros três meses. – Disse
Carlos, preocupado, observando a barriga dela.
– Entendi. – Assentiu Liliane.
– Nesses últimos tempos, mudei minha agenda de trabalho, fiquei ocupado, então
não vim te cumprimentar… Você e ele, estão bem? – Sondou Carlos.
Liliane ajustou os cabelos despenteados pelo vento.
Nos separamos, me mudei. Disse Liliane.
– Então você ainda não contou a ele sobre o bebê? – Perguntou Carlos, surpreso.
Não. Falou Liliane, com resignação.
– Nesse caso, posso te convidar para jantar algum dia, se você não se importar. – Sugeriu Carlos.
Liliane hesitou por um momento.
Você vai passar o Natal sozinho? – Perguntou Liliane.
– Sim, sempre passei o Natal sozinho. Minha mãe faleceu cedo e meu pai está em
lugar desconhecido. Disse Carlos, com uma tristeza sutil.
Liliane ficou surpresa.
– Que tal passarmos juntos? Sugeriu Liliane, após um breve silêncio.
Marcela iria visitar ela à noite e Carlos já havia encontrado ela antes. Três pessoas
juntas seriam mais animadas do que passar o Natal sozinha.
Carlos hesitou por um momento e depois sorriu de leve.
– Bom, vou ficar grato pela sua hospitalidade. Concordou Carlos.
Depois de saírem do cemitério, Liliane e Carlos foram juntos ao supermercado e
compraram um monte de alimentos.
Na hora de pagar, a atendente ficou encarando os dois.
– Seu marido é muito bonito! – Soltou a atendente, de repente.
O rosto de Liliane corou num instante.
– Não… Negou Liliane.
– Minha esposa não é bonita? – Interrompeu Carlos, antes que Liliane pudesse se
explicar, sorrindo.
Liliane arregalou os olhos, olhando para ele.
– Nós… Disse Liliane, confusa.
Eu pago a conta. Interveio Carlos.
Liliane não disse mais nada.
Ela só queria encontrar um buraco para se esconder!
–
– Dr. Carlos, você aprendeu a enganar as pessoas. Expressou Liliane, ao saírem do supermercado.
Carlos não deu importância.
Em dias festivos, é melhor não estragar o interesse dos outros. Disse Carlos.
Liliane ficava em silêncio, se perguntava isso era uma questão de interesse?
De volta ao Apartamento Vista Bela, Marcela já estava esperando ao lado do carro.
Como Liliane havia avisado, nem Marcela nem Carlos ficaram surpresos com a
presença um do outro.
Marcela até começou a brincar com Carlos e ele acompanhava de bom humor.
Os três estavam ocupados na cozinha preparando o jantar, criando uma atmosfera
animada.
Enquanto isso, Jardim Azul estava envolto em um clima frio.
Mavis, grávida, estava morando lá e sendo cuidada por Lucinda.
Ela ajudou Lucinda a servir a comida e depois subiu para chamar William para jantar.
Ao subir as escadas, William desceu.
William, está na hora do jantar. Disse Mavis, sorrindo.
–
Você coma, eu vou sair. Falou William, apático, não olhando para ela.
–
Mas, William, hoje é Natal. Disse Mavis, desapontada.
William parou, com uma expressão impaciente.
– É importante? – Zombou William.
–
Eu queria jantar com você. – Respondeu Mavis, cuidadosamente.
Coma sozinha. Disse William, indiferente.
15 RONUS
Deixando as palavras para trás, William saiu do Jardim Azul, deixando Mavis parada
com uma expressão tensa.
*Numa noite tão importante, para onde ele está indo?“– Pensava Mavis.
William entrou no carro, seu olhar sombrio pousou na janela do quarto onde Liliane
costumava morar.
– Sr. William, Srta. Liliane provavelmente está passando o Natal sozinha, certo? – Perguntou Jorge, tentando sondar.
–
Vou para o Apartamento Vista Bela. Disse William, apertando os lábios.
Uma hora depois, o carro parou embaixo do prédio onde Liliane morava. Assim que a mão de William tocou a maçaneta da porta, duas figuras surgiram na entrada.
Liliane, vestindo uma blusa branca e com um rabo de cavalo suave, segurando um saco de lixo, acompanhada por Carlos, que também vestia uma blusa branca. Eles caminhavam em direção à lixeira, conversando animadamente.
Quem visse aquela cena com certeza pensaria que eles eram um casal e William não era exceção. Seus olhos rapidamente ficaram frios, encarando os dois.
O clima dentro do carro atingiu um ponto gelado. Jorge se arrependeu de ter mencionado que Liliane passaria o Natal sozinha.
Depois de jogarem o lixo, Liliane se virou para subir as escadas, mas ao pisar no primeiro degrau, seu olhar capturou um carro estacionado não muito longe.
No prédio de apartamentos onde pessoas comuns moravam, o carro luxuoso parecia
fora de lugar.