Capítulo 65
William lançou a ele um olhar e não respondeu.
Guilherme conhecia bem o temperamento de William. Ele conteve um pouco de sua raiva.
William, me diga, afinal, que tipo de mulher é capaz de fazer você decidir noivar em
–
tão pouco tempo? – Perguntou Guilherme.
–
Você esqueceu o que aconteceu quando eu tinha oito anos? – Retrucou William, olhou com frieza para Guilherme.
Guilherme e Douglas ficaram tensos.
Você encontrou aquela garota que te salvou? Indagou Guilherme.
Sim. Respondeu William, com voz grave.
Guilherme ficou sem palavras. Ao longo dos anos, a história de seu filho procurando
aquela garota era conhecida por todos.
Embora ele apreciasse o gesto salvador da garota, a esposa de William precisava ser
de uma boa família.
Se a encontrou, dá a ela algum dinheiro e uma casa, não há necessidade de casar
com ela, né? – Sugeriu Guilherme.
Sem ela, acha que eu estaria aqui sentado? – Refutou William, sorrindo com desdém.
William! – Disse Guilherme, franzindo a testa.
Pai! Interrompeu William, se levantou de repente. Se não houver mais nada, vou
embora. Além disso, meu casamento não precisa da sua preocupação!
Dizendo isso, William foi em direção à saida.
– William! Como ousa falar assim com o pai! – Repreendeu Douglas, com pressa, ao
ver isso.
William parou, se virou, apático, para Douglas.
Que direito você tem de falar comigo? – Questionou
Douglas ficou vermelho.
Eu sou seu irmão mais velho! Disse Douglas, com raiva.
–
Irmão mais velho? – William zombou. Se não fosse por você naquele ano, eu teria
sido sequestrado e morto lá fora.
Douglas ficou sem palavras.
Quando William saiu, Douglas olhou para Guilherme.
Pai, se continuar assim, um dia ele vai superar você! Reclamou Douglas.
Então, lute por isso você mesmo! – Disse Guilherme, encarando Douglas.
Douglas baixou a cabeça, envergonhado.
– Eu não estou tentando o meu melhor? – Disse Douglas, baixinho.
Fora da mansão antiga.
Assim que William entrou no carro, Jorge se virou.
– Sr. William, acabamos de receber uma ligação informando que alguém está investigando a Srta. Liliane. Disse Jorge.
–
A aura de William ficou tensa..
– Quem? – Perguntou William.
–
– Ainda não temos as informações, mas eles estão indo para o orfanato. Respondeu
Jorge.
William estreitou os olhos.
– Vire, vá para o orfanato. Ordenou William.
Passou o tempo até escurecer enquanto Liliane vasculhava a sala de documentos,
encontrando finalmente dois registros de dezenove anos atrás.
Ela descansou por um momento, prestes a continuar a busca, quando Yasmin entrou.
Senhorita, está na hora do jantar. Quer ir à cantina comer alguma coisa? Perguntou a diretora.
– Obrigada, mas não precisa, diretora Yasmin. Vou continuar procurando por mais um tempo. Se não encontrar, volto amanhã. Recusou Liliane, sorrindo.
Yasmin assentiu, deixando a chave na mesa.
– Aqui está a chave da porta de ferro, Quando sair, por favor, tranque a porta e entregue a chave para um dos professores aqui. Eu vou indo. Disse Yasmin.
– Certo, obrigada. Concordando Liliane, colocando a chave no bolso.
Yasimin saiu e Liliane mergulhou novamente nos documentos.
A Noite, 19h30.
Liliane ergueu a última pilha de documentos do chão para a mesa. Depois de organizar eles por ano, mês e dia, encontrou algumas pastas de documentos datadas
de dezenove anos atrás.
Prestes a examinar os documentos, passos ecoaram de repente na entrada.
Surpresa, Liliane se virou rapidamente para olhar pela janela.
O lado de fora estava completamente escuro, sem vislumbre de uma única figura.
Liliane sentiu um pouco de medo, engolindo em seco.
A fileira de prédios onde os documentos estavam armazenados era antiga e o mato
no terreno vazio à frente indicava que raramente alguém passava por ali, muito
menos àquela hora da noite. Liliane se levantou e examinou a sala.
Ao avistar uma barra de ferro no canto, se dirigiu rapidamente até lá e pegou ela.Controlando o medo, se movimentou com cautela.
Quando estava a menos de um metro da porta, os passos ressoaram novamente.
Quem está ai? Quem está do lado de fora? – Gritou Liliane, assustada.
Não houve resposta, mas a porta à sua frente começou a se merer.
Liliane arregalou os olhos, pronta para bloquear a porta, quando, de repente, ouviu o som de vidro quebrando atrás dela.
Ela se virou, assustada, e viu algumas garrafas incendiárias sendo arremessadas
pela janela.
As garrafas se estilhaçaram no chão e na mesa, incendiando os documentos num
instante.
Vendo as chamas se alastrando diante dela, Liliane agarrou a maçaneta da porta para abrir ela, mas descobriu que estava trancada!
Com suor frio escorrendo pelo corpo, quem poderia estar tentando machucar ela?
Ou será que estavam atrás dos documentos ali?
Pensando nos arquivos, ela se virou rapidamente, verificando se ainda estavam
intactos.
O fogo se espalhava, a fumaça ficava densa. Liliane, franzindo a testa, tossiu algumas
vezes.
Ela afastou a fumaça, olhando para a janela, onde notou três barras de ferro. Era
evidente que eram para impedir que as crianças subissem pela janela.
Infelizmente, para um adulto como ela, não havia como escapar.
Liliane se encostou à porta atrás dela, pegou o celular no bolso e imediatamente ligou para William.
Capítulo 66