Capítulo 63
Ela se assustou, percebendo estar no quarto de William.
Liliane esfregou a testa, sem ter ideia de como William levou ela de volta.
Passos se aproximaram e o rosto charmoso, porém sombrio, de um homem apareceu diante dela. Ele caminhou até a beira da cama, olhando com frieza para Liliane.
–
Acordou? Perguntou William.
Liliane encarou ele sem paciência. Que tipo de pergunta era essa?
Vendo o sarcasmo nos olhos de Liliane, o rosto de William ficou sombrio.
Você não tem gratidão? Trouxe você de volta e nem um “obrigada“? – Disse William.
– Obrigada. Respondeu Liliane, sem entonação de agradecimento.
A calma dela não revelava nenhum traço de gratidão.
William engoliu em seco.
Ela sempre sabia como irritar ele!
Por que não está se alimentando adequadamente? Desnutrição é confortável para você? – Questionou William, apático, após um momento.
Liliane apertou os lábios, sem responder, resistindo à tontura enquanto se sentava e
começava a se levantar da cama.
–
– Liliane! Disse William, segurando seu ombro, um leve rancor em seu olhar. Não
me force a amarrar você na cama com cordas!
Liliane olhou com frieza para ele.
– Você não tem mais o direito de me manter presa! Disse Liliane.
William ficou perplexo, um lampejo de complexidade apareceu em seus olhos antes
de franzir a testa.
Recupere suas forças antes de sair. – Sugeriu William.
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Depois do que aconteceu na noite passada, Liliane não confiava em suas palavras.
Quem sabia se ele não tentaria algo novamente?
Liliane, decidida, vestiu as pantufas e se dirigiu para fora.
Se acha que isso vai facilitar sua saída, não vou impedir. – Zombou William,
permanecendo no lugar.
Liliane parou, olhando para as roupas que usava.
Ao perceber que estava vestindo a camisa de William, corou num instante.
– Onde estão as minhas roupas? – Perguntou Liliane, com indignação, encarando ele.
Ao ver Liliane ficar furiosa como uma leoa, William sorriu de canto.
– Acha que eu deixaria você sujar minha cama? – Disse William, com um sorrio.
“Você é que está sujo!”
Liliane respondeu em pensamento.
Vacilando por um momento, ela escolheu sair do quarto de William.
No entanto, não desceu as escadas, em vez disso, se dirigiu ao quarto onde
costumava ficar.
Ao abrir o guarda–roupa, Liliane retirou um conjunto de roupas que William lhe presenteou no passado, mas que ela nunca havia levado consigo.
Após vestir as roupas, ela desceu as escadas.
Lucinda estava prestes a trazer uma sopa quando viu Liliane pronta para sair.
Rapidamente colocou a tigela na mesa e se aproximou, bloqueando o caminho.
– Srta. Liliane, seu corpo está fraco, deveria descansar um pouco mais. – Sugeriu.
Lucinda.
Ao ver a expressão cuidadosa de Lucinda como sua mãe, Liliane suavizou sua voz.
– Lucinda, agradeço pela sua preocupação, mas não devo ficar aqui por muito tempo.
Disse Liliane, em tom suave.
Pelo menos coma algo antes de partir. Na sopa de frango, adicionei algumas ervas medicinais para fortalecer a vitalidade. Levei duas horas preparando. – Insistiu
Lucinda
Liliane não teve coragem de recusar a gentileza de Lucinda.
Entendi, obrigada, Lucinda. Concordou Liliane.
Em seguida, se dirigiu à mesa e começou a tomar a sopa. Originalmente, pretendia comer e sair, mas, de repente, ouviu batidas na porta.
Lucinda foi abrir. A voz de Mavis ecoou na sala.
Lucinda William está em casa? – Perguntou Mavis.
Lucinda trouxe Mavis para dentro, olhando de maneira desconfortável na direção de
Liliane.
Ao mesmo tempo, Mavis notou Liliane e uma expressão maliciosa surgiu em seu
rosto.
– O que você está fazendo aqui? Gritou Mavis, incapaz de controlar seus
sentimentos.
Liliane permaneceu em silêncio.
Quanto mais se tentava evitar alguém, mais provável era encontrar a pessoa.
-Eu te pergunto! Por que você está na casa do William?! – Exclamou Mavis, correndo
até Liliane.
Liliane permaneceu imperturbavel, bebendo com calma a sopa.
– Clap.
Mavis bateu na colher de Liliane, sua voz cheia de agitação.
– Fale! Não finja que não ouviu! – Gritou Mavis, com raiva.
– O que você está fazendo? – A voz de William ressoou da escada.
Mavis ficou paralisada, suas emoções mudaram rapidamente. Com um olhar de tristeza, ela olhou para William.
William, me desculpe. Deixei o ciúmes me dominar. Explicou Mavis.
–
Liliane, observando a atuação exagerada de Mavis, sentiu náuseas.
William se aproximou dela, uma expressão fria apareceu em seu rosto.
Volte para casa! – Ordenou William.
Mavis, incrédula, ficou com os olhos vermelhos.
– William, você não deveria me dar uma explicação? Estamos prestes a noivar e ela
aparece na sua casa. Disse Mavis,
– Você não tem o direito de se intrometer nos meus assuntos. Retrucou William, irritado.
Mavis, chorosa, abaixou a cabeça e começou a se desculpar.
William… Sinto muito, eu… Foi minha culpa. Não vou perguntar mais, está bem? – Desculpou Mavis.
Ao ver a atuação convincente de Mavis, Liliane de repente se perguntou como ela se curvaria em humildade se William descobrisse sua traição?
De repente, seu celular vibrou no bolso, Liliane o pegou e leu a mensagem no WhatsApp de Mateus.
“Encontrei. Orfanato Nuvem.”
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Os dedos de Liliane se contraíram e ela se levantou com pressa.
William franzia a testa, observando ela. 1
– Já terminou de comer? – Perguntou William.
Liliane parou e se virou.
–
– Sim, obrigada. Aliás, se você não tivesse insistido em me manter aqui, não teria
experimentado a culinária incrível de Lucinda. – Disse Liliane.
Ao desviar o olhar, Liliane fixou de propósito seus olhos no rosto de Mavis por alguns segundos.
Ver a expressão dela ficar horrível deixou ela de bom humor.
A habilidade de repugnar as pessoas era algo que qualquer um podia dominar. Se despedindo de Lucinda, Liliane deixou o Jardim Azul.
Capítulo 64