Capítulo 62
Liliane se virou na cama e alcançou o celular
Ao ver a chamada desconhecida, franziu a testa, curiosa sobre quem ligaria a essa
hora da noite. Ela se levantou com cuidado, abrindo a porta do quarto para atender,
aguardando em silêncio pela voz do outro lado.
– Alo? Liliane, por favor? Aqui é Prisão da Serafim. Disse a voz do outro lado da
linha.
Prisão?
Uma sensação de inquietação percorreu Liliane.
O que houve? – Perguntou Liliane, inquieta.
Seu pai faleceu na cela às três horas e cinquenta e dois minutos. Venha reivindicar
o corpo amanhã. – Explicou a voz do outro lado da linha.
Um estrondo ecoou na mente de Liliane.
Nelson… Estava morto?
Ela abaixou o celular, os olhos cheios de incredulidade.
Mesmo com ressentimentos, ele havia trabalhado duro para sustentar a familia na
infância.
Segurando o peito, Liliane desabou sem forças no sofá.
Por que tudo isso aconteceu tão de repente?
No dia seguinte.
William, que também soube da notícia, acompanhou Liliane até a prisão.
Um guarda a levou para identificar o corpo de Nelson.
Ao ver as marcas de ferimentos em seu rosto, as lágrimas de Liliane escaparam.
Fora da sala, William observava Liliane, com o coração pesado.
Quem foi o responsável? Perguntou William, com a voz frio, se voltando para of
quarda
Uma briga na cela, dois prisioneiros o espancaram até a morte. Respondeu of guarda, suspitando.
William franzia a testa, percebendo que palavras vingativas não mudariam nada
agora.
Depois de um tempo, Liliane saiu e se aproximou de William.
Obrigada por me trazer aqui. Disse Liliane, com calma e sem expressão.
Ele a observou atentamente, notando a calma excessiva em seus olhos.
Liliane… Chamou William.
– Agradeço, você pode ir agora. Interrompeu Liliane, apertando os lábios. Eut consigo lidar com isso.
William não disse mais nada, apenas a encarou por um momento antes de se afastar.
O serviço funerário chegou rápido, Liliane seguiu para o crematório.
Sem amigos ou parentes presentes, ela providenciou um funeral simples.
Enquanto aguardava a cremação, Liliane entrou em contato com o pessoal do
cemitério.
Após a cremação, levou as cinzas de Nelson para o cemitério e o enterrou.
Com todos os assuntos resolvidos, Liliane comprou um buquê de lirios brancos e
visitou o túmulo de Fátima,
Colocou as flores ao pé da lápide e se ajoelhou.
Mãe, como você está lá? Deve odiar muito papai, né? Mas não precisa mais, porque ele faleceu. Agora, só restou eu… Murmurou Liliane.
Não longe dali, William e Jorge observavam em silêncio Liliane ajoelhada diante do
túmulo. Depois de um tempo, Jorge suspirou.
Sr. William, a Srta. Liliane é realmente uma alma sofrida. – Comentou Jorge.
William permaneceu em silêncio, seus olhos escuros não revelavam emoção.
Encontraram aquele sujeito? – Perguntou William, após uma pausa.
Jorge baixou a cabeça.
– Sr. William, ele é astuto. Assim que encontramos uma pista, ele a elimina. –
Respondeu Jorge.
William franziu a testa,
-Eu quero resultados. Disse William, insatisfeito, franzindo a testa.
Sim, Sr. William. Disse Jorge.
William desviou o olhar, acendeu um cigarro e deu uma tragada.
– E sobre o orfanato? Continuou William.
A nova diretora ainda está procurando os registros antigos. Vai levar um tempo. –
Respondeu Jorge.
William jogou a cinza do cigarro.
Vou lá amanhã. Disse William.
–
– Sr. William. Lembrou Jorge. – O Sr. Guilherme estará na Serafim amanhã.
– Então eu irei depois de amanhã! Disse William, um toque de frustração apareceu
nos seus olhos.
Entendido… Respondeu Jorge..
Mal Jorge terminou de falar, Liliane cambaleou ao se levantar. Em seguida, desabou
de repente.
–
Liliane! Chamou William.
–
William gritou, largou o cigarro e correu em sua direção.
Na sala cheia de padrões de desenhos animados, uma garotinha abraçava os joelhos
perto da cama, chorando sem parar e chamando por sua mãe.
Quando a porta se abriu, ela se endireitou para ver vários outras meninas de sua
idade entrando, se encolhendo ao ver elas.
– Chorona! Você só sabe chorar o tempo todo! Que azar! – Disse uma das garotas.
A líder com rabo de cavalo pegou uma boneca do chão e a atirou com força na
garotinha.
–
– Chora mais e eu vou enfiar um pano na sua boca! Ameaçou a garota com rabo de
cavalo.
A garotinha parou de chorar, olhando com raiva para a líder.
– Você está me encarando de novo? Como ousa! Continuou a garota com rabo de
cavalo.
A lider partiu rapidamente para cima, desferindo um soco pesado na cabeça da
garotinha.
Você vai ver como eu lido com você! Desgraçada! Desgraçada! Disse a garota com
rabo de cavalo.
Não… – Gritou a garotinha.
– Pare com isso! Gritou Liliane com força, em seguida, abrindo os olhos
abruptamente.
Ela ofegava, olhos cheios de terror fixos no teto.
Ela estava de volta ao pesadelo.
Aquela pobre garotinha sendo agredida.
Srta. Liliane acordou! Uma voz familiar ecoou e Liliane virou os olhos para ver
Lucinda correndo para fora do quarto, cheia de animação.
Capítulo 63