Capítulo 55
Observando a expressão nobre e austera do homem, Liliane teve flashes em sua mente das imagens dele com Mavis.
Enquanto seu coração doía, uma sensação de náusea a apertou.
Ela afastou a mão dele, não resistindo a uma pitada de sarcasmo.
– Sr. William! Como exatamente estou te provocando? – Perguntou Liliane, com desdém.
Volto de uma viagem de trabalho e você me presenteia com isso. – Respondeu William, com um sorriso frio.
Presenteia…
Um calafrio percorreu Liliane, Mavis não deveria ter contado a William sobre sua gravidez.
Afinal, isso não seria benéfico para ela.
Não entendo o que você está falando! – Disse Liliane, desviando o olhar.
Se sentiu culpada? – Ao ver a confusão nos olhos de Liliane, William ficou mais frio e continuou. Agora está trazendo homens até a porta de casa para flertar, né?
Liliane pensou nas ações de Carlos na entrada do Jardim Azul e não pôde deixar de dar um sorriso irônico.
Isso seria considerado flerte?
E quanto a ele?
Liliane sentiu a raiva crescendo em seus olhos e levantou a cabeça de repente.
– William, aos seus olhos, todo mundo, exceto Mavis, é sujo? E você? Depois de transar com Mavis, volta para me tocar, o que isso significa? Posso concordar em ficar, mas não significa que consigo suportar a ideia de compartilhar um homem com outras mulheres! E mais! Se você pode fazer algo, por que eu não posso? Só porque você pode me dar dinheiro? Refutou Liliane. Ela respirou fundamente,
segurando as lágrimas que se acumulavam nos olhos, acrescentou. E quanto ao tempo da minha juventude que investi em você por três anos, William? Essa é a primeira vez que percebo que as pessoas podem ser tão egoístas! Espero que você me de o mínimo de justiça e respeito! Nunca pedi mais nada!
Após gritar com um soluço, Liliane afastou o homem em sua frente e correu para
fora do quarto.
William ficou parado e seu rosto atraente expressou incredulidade.
Ele nunca viu ela mostrar aquela expressão antes.
Havia nojo, repulsa, acima de tudo, decepção.
Jamais imaginou que ela, sempre forte e que nunca se curvava, choraria na frente
dele.
Seu coração ficou apertado por um instante.
O que estava acontecendo com ele mesmo?
Para ele, ela sempre foi apenas uma substituta.
Depois de sair do Jardim Azul, Liliane caminhou sem rumo pelas ruas.
Liliane só percebeu que não tinha para onde ir quando anoiteceu.
Evitar enfrentar William e suas zombarias no Jardim Azul era sua prioridade.
Depois de pensar muito, Liliane concluiu que só restava Marcela.
Ela tateou os bolsos, pretendendo pegar o celular, mas percebeu que não tinha
trazido nada com ela.
Suspirando pesadamente, Liliane cobriu o rosto com a roupa e continuou andando.
De repente, um carro parou na sua frente, a janela abaixou e o rosto de Eduardo
apareceu.
– Srta. Liliane? Chamou Eduardo.
Sr. Eduardo. Saudou Liliane, atônita.
Que coincidência, encontrando você na rua novamente. Disse Eduardo, sorrindo
com gentileza.
Liliane ficou sem palavras.
Ela realmente começou a se perguntar se estava sendo rastreada.
Você está indo para algum lugar? Perguntou Eduardo.
–
– Sr. Eduardo, tem algo específico que precisa? Disse Liliane, com um tanto
cautelosa.
Só percebi que está prestes a chover e à noite nos subúrbios não é segur. Falou
Eduardo, resignado.
Se Eduardo não tivesse mencionado, Liliane nem teria percebido.
Agora, olhando ao redor, realmente estava um pouco deserto.
Liliane queria recusar, mas como se estivesse ligando um interruptor, as gotas de
chuva começaram a cair rapidamente.
Eduardo abriu a porta e desceu do carro, sorrindo de leve para ela.
– Vamos? – Disse Eduadto.
Liliane, depois de hesitar por um momento, entrou no carro.
Para onde você quer ir? Perguntou Eduardo, com o cinto de segurança afivelado.
–
Liliane apertou os lábios, ela também queria saber para onde estava indo.
Se Marcela não estivesse em casa, seria em vão.
Vendo que Liliane não conseguia responder, Eduardo não insistiu.
Depois de dirigir por quase meia hora, pararam em frente a um conjunto de mansões.
Eduardo desligou o carro.
–
– Não se preocupe, esta é a casa onde minha mãe costumava morar. Explicou ele,
para Liliane.
Liliane olhou para ele com dúvida.
–
Por que me trouxe aqui? – Perguntou Liliane, confusa.
Não posso deixar você vagando pelas ruas, certo? Brincou Eduardo, com voz
suave, sorrindo.
Liliane não disse nada.
Eduarto levou Liliane para dentro da casa. Não era luxuosa, mas a decoração interna
era acolhedora.
Os móveis nostálgicos indicavam um cuidado especial com a preservação.
Os olhos de Liliane se fixaram nas fotos emolduradas em uma estante.
Ao se aproximar, ela viu uma foto de uma família de quatro pessoas.
A expressão e os olhos da mulher na foto eram surpreendentemente parecidos com
os dela.
– Esta é uma foto minha com minha familia. – Disse Eduardo, com uma leve tristeza
nos olhos.
Liliane rapidamente desviou o olhar.
– Desculpe, eu só achei que sua mãe… – Disse Liliane.
–
Parece muito com você, né? Completou Eduardo.
As bochechas de Liliane coraram um pouco.
– É, parece. Comentou Liliane.
Eduardo pegou o porta–retrato, abaixou os olhos.
– Não é só um pouco, é muito parecida. – Afirmou ele, com convicção.
Capítulo 56