Capítulo 459
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Quando estávamos saindo, vi Liliane dando um tapa em William. Lembrou Carlos, com
suavidade.
– Caramba! Kerry ficou chocado. Ela deu um tapa direto no canalha?
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– Ela acredita que a morte de Lucinda está relacionada a William. – Assentiu Eduardo.
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Se fosse eu, também pensaria assim. Disse Marcela, engolindo um camarão. Porque a equipe médica é do chefe.
Todos olharam para Marcela.
Marcela olhou para eles de forma vaga.
O que foi?
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– O pensamento das mulheres é tão simples. – Comentou Kerry, estalando a língua. Se o canalha quisesse se vingar de Liliane, por que usaria métodos tão óbvios?
Problemas físicos durante a cirurgia não são incomuns. – Acrescentou Carlos.
Pode haver complicações durante a cirurgia, mas não podemos descartar a possibilidade de alguém ter sabotado. Disse Eduardo.
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Kerry ficou confuso com a conversa.
– Vocês estão falando de um jeito tão estranho, será que estão lendo muitos romances de suspense?
– E daí? Eduardo olhou para ele.
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Kerry largou a colher, explicando:
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Aquele é o hospital do canalha! Se alguém estivesse planejando algo sob o nariz dele, essa pessoa tería que ser muito habilidosa. Seguindo a lógica de vocês, essa pessoa provavelmente também teria uma rixa com o canalha e estaria tentando causar problemas entre ele e Lili.
– Mavis seria a mais motivada, não é? Exclamou Marcela, surpresa.
Nesse caso, parece que
Ela não teria essa capacidade. – Opinou Eduardo.
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Como assim não? Marcela fez uma careta. – Ela conseguiu esconder até mesmo um
assassinato.
– Assassinato? Kerry ficou chocado. – Como eu não sabia disso?
Todos olharam para Kerry ao mesmo tempo, como se dissessem: “Você é muito fofoqueiro“.
+15 BONUS
– É melhor não especular sobre coisas sem evidências. Interveio Carlos.
Você é muito ingênuo Marcela suspirou para Carlos.
– Provas sólidas são mais convincentes. Estou apenas fazendo uma análise objetiva. – Respondeu Carlos.
Eduardo olhou com intensidade para Carlos.
Desde o início, ele nunca defendeu Liliane ou disse uma palavra em seu favor. Como ele ainda conseguia manter uma análise racional diante do sofrimento da pessoa que amava? Será que Carlos realmente tinha uma perspectiva diferente dos acontecimentos ou ele estava
escondendo algo?
Carlos pareceu perceber o olhar de Eduardo e levantou os olhos, encontrando o olhar dele. Ele sorriu de leve, perguntando:
– Você acha que eu sou excessivamente racional?
-Eu não sei o que você passou para ser tão racional. Eduardo desviou o olhar.
– Talvez seja por ter presenciado muitas despedidas e mortes. – Respondeu Carlos.
Eduardo girou o copo em suas mãos. Essa declaração parecia relevante, mas ao mesmo tempo.
não.
Carlos realmente era um enigma para se decifrar.
Esperançosamente, Carlos era uma pessoa pura de coração e bondosa.
Após o jantar.
Marcela foi para casa, Eduardo teve que cedo.
lidar com algumas questões da empresa e saiu mais
Kerry ficou brincando com as duas crianças, enquanto Carlos levava a refeição preparada por Dora para Liliane.
Ele bateu na porta do quarto de Liliane.
– Pode entrar. Uma voz rouca veio de dentro do quarto.
Carlos abriu a porta e entrou.
Vendo Liliane encolhida no sofá sem se mover, ele apertou os lábios e colocou a comida na mesa de centro.
– Você deveria comer alguma coisa.
Não consigo comer. Respondeu Liliane, com a voz monótona.
+15 BONUS
Carlos se sentou ao lado dela e disse com suavidade:
Você se importaria de ouvir uma história?
Ok. – Liliane levantou os olhos para ele.
Carlos pegou o copo ao lado, começando:
Quando eu tinha cinco anos, vi minha mãe ameaçar meu pai com a morte, querendo abandonar ele. Até hoje, não consigo esquecer o olhar do meu pai naquela época. Ele olhou para minha mãe quando ela segurava uma faca em seu pulso, sem a menor compaixão, até com nojo.