Capítulo 13
Você ainda quer explicar? – A voz fria e sarcástica de William ressou acima de sua cabeça.
Um sorriso amargo brotou nos lábios de Liliane. O que mais ela poderia explicar?
Era evidente que as filmagens haviam sido adulteradas, mas ela não tinha provas.
– Fale! – Com o rugido de William, Liliane não pôde deixar de tremer.
Um sentimento de injustiça tomou conta dela, e ela fechou os olhos impotente.
O que mais posso dizer?
Sua resposta indiferente só fez a raiva de William ser substituída por uma onda de irritação.
Ela sempre foi assim, quando não conseguia se defender, apenas se fazia de submissa e deixava os outros fazerem o que quisessem!
Foi assim no vídeo, e agora diante dele também!
William desviou o olhar com desdém e advertiu friamente:
De agora em diante, além do trabalho, não ouse dar um único passo para fora desta mansão!
Liliane levantou a cabeça abruptamente, olhando incrédula para ele.
–
– Quem você pensa que é para me privar da minha liberdade?!
–
Eu sou seu chefe! – Ele deixou essa frase e saiu batendo a porta.
Liliane ficou paralisada no lugar, a dor em seu peito parecia lembrá–la de quão desprezível era sua posição.
Suportando o cansaço físico e mental, Liliane se apoiou na mesa e endireitou o corpo. Seu olhar de repente caiu em uma gaveta trancada bem no centro da escrivaninha.
Liliane endireitou o olhar, fixando–se de forma abobada na gaveta.
Ela sabia muito bem que ali estava um tabu para William.
Porque em uma ocasião em que ele estava bêbado, ele a abraçou com força e
murmurou exausto:
– Liliane, todos pensam que sou invencível, mas você sabe onde está minha fraqueza? Está na gaveta do escritório. Cada vez que a abro, meu coração parece
”
Foi a primeira vez que Liliane viu William com uma expressão de desanimo e derrota.
Naquela época, ela não entendia o que estava na gaveta que poderia fazer esse homem poderoso se desmoronar dessa maneira.
Mas agora, Liliane parecia ter entendido.
O conteúdo da gaveta só podia estar relacionado a Mavis, certo?
Afinal, ele a estava procurando loucamente, como se tivesse enlouquecido.
Ao pensar nisso, Liliane ficou ainda mais triste em seu coração.
Depois de tomar café da manhã, Liliane decidiu sair para visitar Fátima no hospital.
Assim que abriu a porta da mansão, avistou a figura de Jorge. Ele disse:
–
Secretária Liliane, o Sr. William ordenou que você não pode sair sem motivo.
Liliane franziu a testa, dizendo:
–
Eu quero ir ao hospital ver minha mãe.
Jorge tirou o celular do bolso, explicando:
–
Preciso pedir permissão.
Enquanto observava Jorge ligando para William, a raiva de Liliane aumentava em seu peito.
O
que ela fez para ofendê–lo?
Mesmo que o incidente nas câmeras fosse verdadeiro, ele deveria estar mais enojado e mandá–la embora, não obrigá–la a ficar!
Jorge desligou o telefone, dizendo:
– Secretária Liliane, eu vou te levar.
Liliane reprimiu sua raiva e contornou Jorge, entrando no carro.
Trinta minutos depois, chegaram ao hospital.
Jorge seguiu Liliane dé perto até o quarto, parando na porta somente quando Liliane entrou.
Lá dentro, ao ver sua mãe tomando sopa com uma expressão cansada, os olhos
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Ela puxou a máscara para cima, cobrindo o rosto inchado, e se aproximou, chamando:
Mãe.
Fátima levantou com dificuldade os olhos e forçou um sorriso.
– Lili, você veio. – Em seguida, Fátima franziu a testa. – máscara?
Sentando–se ao lado de Fátima, Liliane respondeu:
Por que está usando
– Fiquei resfriada, lembra? Eu tenho medo de te contagiar.
Fátima disse:
–
Minha criança… Ainda está com febre?
Liliane respondeu:
– Já estou bem, mas você tem que cuidar da sua saúde.
Depois de passar um tempo com Fátima, Liliane se preparou para sair.
Sua mãe acabava de terminar a quimioterapia e mal tinha energia para falar. Liliane não queria incomodar o descanso dela.
Ao sair do quarto, Jorge ainda estava parado na porta.
Nesse momento, Carlos, acompanhado por uma enfermeira, também se aproximou.
Ao ver Liliane, Carlos franziu os olhos, mas antes que pudesse dizer algo, foi bloqueado por Jorge.
Com a visão bloqueada, Liliane olhou com desagrado para Jorge, questionando:,
– O que isso significa?
Jorge respondeu:
–
Secretária Liliane, o Sr. William não quer que você tenha contato com nènhum homem.
Liliane tremia de raivá ao dizer:
—
Dr. Carlos é o médico responsável pelo tratamento da minha mãe! A nossa comunicação se limita à situação de saúde da minha mãe!
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Jorge não respondeu e se virou para Carlos, dizendo:
– Dr. Carlos, se você não quer causar problemas para a secretária Liliane, por favor, evite falar sobre assuntos irrelevantes à condição médica.
Carlos franziu a testa e sua voz ficou séria:
O que você quer dizer com isso?
Jorge respondeu:
Não tenho obrigação de responder a nenhuma de suas perguntas.
Carlos olhou para Liliane atrás de Jorge, perguntando:
– Liliane, você está enfrentando algum problema?
Liliane apertou os punhos e balançou a cabeça:
–
– Não, vou indo primeiro!
Dizendo isso, ela se virou e foi em direção ao elevador.
Ela não podia falar, e não queria causar problemas a Dr. Carlos.
Somente quando entrou no carro, Liliane recebeu uma mensagem de Carlos no WhatsApp:
“Aconteceu alguma coisa contigo?”
Liliane respondeu:
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“Não, relaxa. Por favor, cuide bem da minha mãe, Dr. Carlos.”
Carlos enviou um emoji de suspiro, depois disse:
“Somos amigos, se algo estiver errado, me conte, posso te ajudar.”
Liliane ainda recusou:
“Realmente não tem nada errado, obrigada, Dr. Carlos.”
Segunda–feira.
Liliane acordou, desceu para se arrumar e viu William sentado à mesa tomando café, os dois não se encontravam havia dois dias.
Ela se aproximou e sentou–se em frente a William. Depois de pensar por um momento, ela perguntou:
– Quando vou parar de ser vigiada por eles?
William levantou o olhar para ela e disse:
Se não quiser que os custos do tratamento da sua mãe sejam interrompidos, então seja obediente e fique aqui quietinha.
–
Posso pagar os custos do tratamento da minha mãe com meu próprio salário! – Liliane ficou furiosa.
Por tantos anos, ela trabalhou duro para pagar as dívidas de seu pai e o tratamento de sua mãe.
Com que direitos ele estava usando os custos do tratamento de sua mãe para ameaçá–la?
William riu friamente:
–
Se quiser perder este emprego, pode ir embora..
Liliane cerrou os punhos, reclamando:
– Você está me ameaçando!
–
E daí? – William respondeu friamente. – Você acha que pode sobreviver sem este emprego?
Ele poderia pagar a Liliane um salário que seus outros funcionários nem sonhavam em receber, mas a condição era que ela se mantivesse na linha.
No entanto, ultimamente, ela estava ficando cada vez mais desobediente.
Ela sorria para os médicos em troca dos custos médicos de sua mãe e bajulava pessoas no cassino em troca das dívidas de seu pai.
Ela poderia ter tudo o que quisesse se apenas pedisse a ele. 2
Mas essa mulher simplesmente não pedia! 2
Ele queria ver até onde ela seria teimosa diante dele.